Isabella Duarte Ricci Dias depois, finalmente chegamos a Itália, até o ar era familiar, tinha muitas pendências no meu trabalho e eu sabia que ficar dias ausente das minhas obrigações, seria arriscado, mas também foi a vida que escolhi, o caos de ser parte da máfia, de comandar tudo, e por isso eu não abriria mão do amor, eu precisava de um homem que me desse amor e que fosse tão leal a mim, quanto eu era a máfia da minha família. O aeroporto estava movimentado, como sempre. Pessoas indo e vindo, malas sendo arrastadas, vozes misturadas em diversos idiomas. Mas, para mim, tudo isso parecia ruído de fundo. O único som que realmente importava era o da voz do Dimitri, e a única visão que importava era Dimitri, parado mais à frente, nos esperando. Ele estava ali. Alto, imponente, vestindo um terno impecável, como sempre. Mas, diferente das outras vezes, algo em seu semblante parecia diferente. Seus olhos, normalmente carregados de frieza e controle, estavam suavizados por uma emoção q
Dimitri Carter A noite caiu sobre a Itália com um charme quase cruel. As ruas pareciam mais silenciosas, como se até mesmo a cidade estivesse aguardando algo. Ou talvez fosse apenas minha mente tentando justificar o peso que sentia no peito, o incômodo inexplicável que me acompanhava desde o momento em que a vi no aeroporto, com aqueles olhos determinados e um sorriso que parecia um desafio. Quando o relógio marcou dezenove horas, eu estava parado em frente ao hotel dela, ela era misteriosa, e me passou o endereço do hotel e não da sua casa, mas para mim, era melhor assim.O meu carro preto brilhando sob a luz dos postes, e meu reflexo rígido no espelho retrovisor. Eu odiava estar ali. Isabella saiu pela porta do hotel como uma maldita tempestade silenciosa. Um vestido preto justo, que parecia mais perigoso do que elegante, desenhava cada curva do corpo dela. O cabelo estava solto, balançando ao ritmo do vento noturno, e os lábios, pintados de um vermelho que gritava tentação, s
Dimitri Carter A noite estava fria quando saímos do restaurante. A brisa cortante da Itália parecia zombar de mim, como se até mesmo o vento soubesse que eu estava perdendo o controle e pior, para ela. Isabella saiu primeiro, o vestido preto justo moldando suas curvas enquanto ela andava até o carro. O som dos saltos contra o chão ecoava pela rua deserta, cada passo me provocando como uma gota d’água insistente batendo no mesmo ponto. Ela sabia o que estava fazendo. Eu segui logo atrás, cada músculo do meu corpo tenso. Por que eu ainda estava aqui? E cedendo a ela, aos desejos dela. Eu poderia simplesmente abrir a porta, deixá-la em casa e encerrar essa farsa de jantares, esses encontros ridículos que, ao que tudo indicava, estavam começando a me afetar mais do que eu estava disposto a admitir. Mas, claro, isso seria fácil demais. Entrei no carro, as mãos firmes no volante, o meu maxilar estava travado, eu estava nitidamente incomodado e irritado. Isabella des
Dimitri Carter Eu fiquei ali, parado em frente ao hotel, olhando para a porta por onde Isabella tinha desaparecido. O eco dos saltos dela ainda estava martelando na minha cabeça ou talvez fosse o som do meu próprio orgulho se estilhaçando. A noite estava gelada, mas eu me sentia quente, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Ótimo. Um beijo. Um maldito beijo e eu estava assim. Entrei de volta no carro e bati a porta com mais força do que o necessário. Minhas mãos apertavam o volante como se fossem capazes de esganar alguém. A Isabella, talvez. Ou, mais provavelmente, a mim mesmo. Eu não conseguia pensar direito. Tudo o que vinha à mente era a sensação dos lábios dela: rápidos, mas incrivelmente macios. Por que ela fez isso? A resposta era óbvia, Isabella queria me testar. Ela queria ver até onde conseguia me empurrar, como se eu fosse um brinquedo novo que ela estava determinada a desmontar só para descobrir como funcionava. Mas eu não era um brinque
Isabella Duarte Ricci Eu nunca vi um homem tão bravo por ter sido beijado. Dimitri parecia prestes a explodir depois do que aconteceu no carro ontem à noite. Se a expressão dele fosse uma cor, seria um vermelho tão intenso que até uma placa de pare no trânsito, pareceria pálida ao lado dele. Mas quem mandou ele ser tão Dimitri?Arrogante. Misterioso. E deliciosamente complicado. Beijá-lo não foi um impulso, foi uma estratégia. Eu queria ver até onde ele conseguiria manter essa fachada de homem inabalável. E, pelo visto, não era muito longe. Quando ele apareceu no lobby do hotel, sério como se estivesse prestes a me demitir da minha própria vida, eu soube que tinha conseguido o que queria. Ele estava fora de controle. E, pelo brilho sombrio nos olhos dele, eu sabia que o próximo passo seria ainda mais divertido. — Não haverá mais jantares — ele disse, como se estivesse anunciando o fim do mundo. Pobre Dimitri. Ele realmente achava que estava no comando. Ele cruzou
Isabella Duarte Ricci O gosto dos lábios de Dimitri ainda estava em minha boca quando meu celular vibrou no criado-mudo. Eu ignorei no primeiro toque, ainda tentando recuperar o fôlego depois do que aconteceu, mas a insistência do toque me fez pegá-lo. — Isabella, é a mamãe. — A voz de minha mãe soou aflita do outro lado da linha. Eu me sentei na cama imediatamente, meu coração acelerando. Dimitri, que ainda estava de pé perto da cama, me observou. — O que aconteceu? — perguntei, sentindo um pressentimento ruim se espalhar pelo meu peito. — O Jason saiu com a Aurora. Estou preocupada. Minha mente disparou. —Ele disse para onde foi com ela? — Não disse. Eu tentei ligar, mas ele não atende. Isabella, algo não parece certo. Eu já estava de pé, pegando minha chave do carro. — Vou ligar para ele agora e descobrir onde eles estão. Dimitri se aproximou, os olhos estreitos. — O que está acontecendo? — Eu preciso resolver algo. Não saia deste quarto, eu volto logo. Ele cr
Derick Carter Eu estava prestes a entrar no elevador quando vi Isabella cambaleando no corredor do hotel. Seu vestido preto estava ligeiramente amassado, os saltos pareciam instáveis sob seus pés, e seus olhos estavam desfocados. Ela quase caiu ao meu lado, e eu a segurei antes que seu corpo atingisse o chão. — Isabella, está tudo bem? Ela levantou os olhos para mim, piscando como se tentasse me reconhecer. — Me me ajuda… — disse com a voz arrastada. O cheiro de álcool era evidente. Ela não estava apenas tonta; estava completamente fora de si. — O que você fez? — perguntei, segurando-a firme para que não caísse. Ela tentou se afastar, mas tropeçou novamente, me fazendo segurá-la pela cintura. Foi quando percebi que ela segurava uma chave de um dos quartos. — Vou te levar até o seu quarto! Precisa descansar. Ela murmurou algo ininteligível, encostando o rosto no meu ombro. — Você é cheiroso… Tem um sabor tão doce… — Sua voz estava pastosa, como se estive
Dimitri Carter O gosto do vinho ainda queimava na minha garganta. A garrafa estava vazia sobre a mesa, e a cabeça pesava como se meu próprio corpo estivesse afundando em um nevoeiro denso. Eu havia esperado tempo demais. Horas, para ser exato. Isabella não voltou ao quarto. Levantei-me do sofá, senti um leve desequilíbrio ao caminhar, saí do quarto e fui até o elevador. Os corredores do hotel estavam silenciosos, com apenas algumas luzes de emergência iluminando o carpete escuro. Apertei o botão e encostei-me na parede, sentindo a frustração crescer. Ela me deixou esperando. O elevador chegou ao térreo, e eu me dirigi até a recepção, determinado a chamar um táxi. Mas, antes que eu pudesse pedir, um dos funcionários se aproximou com um olhar hesitante. — Senhor Dimitri? Aconteceu algo? A senhorita Isabella o encontrou? Minhas sobrancelhas franziram. — Não. Ela não voltou ao quarto. Vou para casa. O homem piscou, confuso. — Mas… senhor, ela foi para o quarto ao lado do