Anny Celik
Eu odiava estar ali. A mansão que um dia chamei de lar agora parecia um labirinto de lembranças que eu me esforcei tanto para enterrar. Assim que Miguel parou o carro e desceu para abrir minha porta, eu já sabia que aquilo não terminaria bem.
— Não vou ficar aqui, Miguel. Você não pode me obrigar a isso.
Saí do carro, tentando ignorar o peso do lugar e a proximidade dele. Cada passo que dava me deixava mais sufocada.
— Anny, espera.
Ignorei sua voz e continuei andando em direção à saída do portão. Foi quando senti sua mão segurando meu braço, me fazendo virar de frente para ele.
— Não vou deixar você ir, não até eu contar o que está acontecendo.
— Eu não pertenço mais à sua vida, Miguel. Não sou mais sua esposa, então tudo que for a respeito de você não é do meu interesse. Agora solte a minha mão. — Minhas palavras saíram mais afiadas do que eu esperava, mas eu queria que ele entendesse.
Os olhos dele brilharam com uma intensidade que me deixou descon