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Capítulo 6: A dura realidade

“Como isso pode acontecer?” Sussurrei, minhas mãos em punho tremendo sobre minhas pernas.

Eu havia planejado minha vida longe da Diane e Liam, faltava pouco para ter dinheiro suficiente para ser livre e então, do dia para a noite, eu fui jogada em uma armadilha de lobos.

Os dedos de Cassian tocaram meu rosto, me pegando completamente desprevenida. Me levantei assustada, derrubando a cadeira atrás de mim e quase caindo sobre ela. 

Estava pronta para o impacto, mas ele nunca veio.

Com uma pegada firme, Cassian envolveu minha cintura com seu braço, como se eu não pesasse mais do pouco quilos para ele. Ele sorriu ao notar minha surpresa e desconforto com a estranha posição na qual estávamos. Meu coração acelerou e meu rosto ficou quente. Tentei me afastar, mas ele me apertou com mais força, me puxando para mais perto de seu corpo.

“Boss.” Uma voz chamou da porta atrás de mim. O olhar frio e cruel de Cassian se voltou naquela direção e senti um frio na espinha. Aproveitei o momento para me afastar e arrumar minhas roupas. “Precisamos tirá-lo daqui.”

Olhei sobre o ombro e vi o homem que me tirou de casa. Ele tinha um olhar cruel voltado para mim que me fez tremer e voltar meus olhos para o chão. Com um suspiro alto, Cassian se afastou, indo até uma mesa lateral e se servindo de uma bebida.

“Quanto tempo?” ele perguntou. O homem na porta suspirou, parecendo cansado.

“Consigo trinta minutos, no máximo.” Cassian me olhou e seu sorriso retornou, me causando um calafrio.

“É suficiente. Podem sair, todos.”

Um por um, os homens que nos cercavam deixaram a sala. Ficamos sozinhos naquele ambiente estranho onde eu sabia que o corpo de um homem se escondia nas sombras. Engoli em seco, meus pés presos ao chão enquanto Cassian andava com tranquilidade, como uma fera em seu território.

“Continua muito tensa, senhorita Reed.”

Mordi o lábio e respirei profundamente, tentando relaxar meus músculos.

“Deve haver outra maneira.” disse tentando projetar minha voz. Cassian tombou a cabeça de lado e arqueou uma sobrancelha. “Eu posso trabalhar para pagar esse valor. Já sou uma funcionária do Clube, não me importo de não receber um salário e também vou usar as gorjetas…”

“Não quero o seu dinheiro, Lilian.” um nó se formou na minha garganta, o desespero crescendo.

“Então… eu poderia…”

“Não há nada que você possa fazer. Eu te comprei e não pretendo abrir mão de você.”

“Não entendo… Eu não sou alguém importante, sou apenas uma funcionária ordinária do clube.” a risada de Cassian ecoou pela sala.

“Continua se subestimando, esquilinha.” ele largou o copo sobre a mesa lateral e caminhou na minha direção. 

Dei um paço para trás, minhas costas batendo contra a porta trancada. Meu peito se apertou, minha respiração acelerando enquanto meu coração batia mais forte em meu peito. O calor de seu grande corpo me envolveu.

Cassian era um homem muito alto, mais alto do que Lian ou meu namorado, Daniel. Seu peito era largo, seus braços muito fortes e aquela tatuagem parecia chamar pelos meus olhos. Eu não conseguia desviar meus olhos do olhar penetrando daquele corvo sobre a pele levemente bronzeada de Cassian.

Ele ergueu sua mão, segurando uma pequena mecha do meu cabelo que caia sobre o meu ombro e a levou aos lábios. Ergui o rosto, vendo seus longos cílios negros repousarem sobre suas maçãs do rosto marcadas.

Lentamente, ele abriu os olhos. 

O tom cinzento me lembrava o céu de Londres e me fazia questionar o que havia por detrás daquelas densas nuvens. Algo dentro de mim pareceu se agitar, mas o medo jamais deixou de dominar meu corpo.

“Você tem muitas coisas que, para mim, são mais valiosas do que qualquer dinheiro.”

A maneira como ele falava, sua voz baixa e arrastada, fazia meu corpo reagir de uma maneira muito extrema. Mesmo sabendo do perigo a minha frente, o que Cassian Moore representava como o chefe de uma das famílias mafiosas mais perigosas de Londres. Mesmo sabendo a quantidade de vidas que ele havia tirado com as próprias mãos. Aquele homem ainda possuia uma beleza incontestável.

De repente, algo me veio a mente. Uma maneira de me proteger e ter uma chance de escapar daquela situação. 

Determinada, ergui meus olhos, fazendo Cassian sorrir com um olhar brilhante.

“Me faça sua empregada então e me permita trabalhar para conquistar minha liberdade.” Cassian suspirou, se endireitando.

“Já disse que seu dinheiro não me interessa.”

“Não é isso. Eu trabalharei para você e, dependendo do nível de trabalho que eu cumprir, você irá abater um valor específico dessa dívida, até que eu consiga zerá-lo.”

A risada aberta e livre de Cassian me surpreendeu. Ele então bateu sua mão na porta atrás de mim, me assustando tanto que fechei meus olhos e ergui meus braços para tentar me proteger.

Senti seus dedos segurarem meu pulso com suavidade, abaixando meu braço e me fazendo olhar para ele.

“Não imaginei que você poderia me propor algo tão interessante, mas… será que você tem coragem suficiente para trabalhar para mim, esquilinha?” Meu rosto ficou quente, não de vergonha, mas de raiva.

Eu não suportava ser vista como uma pessoa fraca. Fechei minhas mãos em punho e estufei o peito. Cassian sustentava meu olhar inclinando levemente a cabeça de lado.

“Você disse que eu não deveria me subestimar, mas está fazendo exatamente isso.”

Cassian cobriu o rosto com a mão.

“Merda… se continuar assim, vai ser difícil continuar.”

Antes que eu pudesse contestar, Cassian segurou minha cintura com uma de suas mãos enquanto a outra ia ao meu pescoço por trás. Seus lábios bateram contra os meus com força e brutalidade, sua língua invadindo minha boca enquanto seus dedos faziam uma leve pressão em meu corpo.

Minhas pernas tremeram, perdendo as forças. O calor de sua língua, o sabor da bebida em seus lábios, seu perfume. Tudo parecia tão intenso e cru, como uma força da natureza incontrolável.

Minhas mãos se espalmar no peito dele, mas, ao invés de empurrá-lo, agarrei sua camisa, tentando me manter de pé.

Quando Cassian se afastou, eu mal conseguia respirar. Minha mente parecia entorpecida pela bebida, meu corpo estava quente e sem forças. Cassian passou o polegar pelos lábios, sugando e lambendo antes de passá-lo em meus lábios.

“Acordo feito. A partir de agora, você trabalha para mim, Lilian Reed.”

Naquele momento, eu compreendi que aquele beijo era o nosso acordo sendo selado. Cobri meus lábios com as mãos, sentindo o peso de tudo aquilo, mas ainda com uma confusão de pensamentos e emoções dentro de mim.

Cassian bateu na porta, me puxando contra seu peito quando a maçaneta virou e a porta se abriu. O homem de cabelos castanhos e uma cicatriz sobre a sobrancelha esquerda entrou. Seu olhar caiu sobre nós, confuso. Tentei me afastar, mas Cassian não permitiu.

“Traga dois enforcers. Eles devem levar a senhorita Reed até a minha casa.” O homem na porta arqueou a sobrancelha.

“Sim, Boss.” Então ele saiu, deixando a porta aberta.

“Espera, como assim?” questionei olhando da porta para Cassian. Ele aproximou o rosto do meu, me deixando nervosa instantaneamente.

“Você é minha até zerar a sua dívida, então viverá onde eu possa vê-la.” dois homens usando ternos escuros apareceram e Cassian me empurrou na direção deles. “Levem-na.” foi tudo o que ele disse e, imediatamente, os homens agarraram meus braços e me arrastaram para fora do clube e para dentro de um carro escuro semelhante ao que me levou.

“Seja bem-vinda ao inferno, senhorita.” Um dos homens disse antes de bater a porta com força.

Eu precisava sair daquela situação o mais rápido possível, antes que fosse tarde de mais.

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