Alejandro González é forçado a amadurecer rapidamente para proteger sua mãe e irmã das garras cruéis de seu pai. Desde jovem, ele foi treinado para ser uma máquina de matar e aos vinte e um anos, se vê imerso em uma perigosa rede de intrigas mafiosas. Após a morte de seu pai, que seria o próximo líder, seu avô, o atual Dom, treina Alejandro para assumir o papel de novo Dom. Alejandro é encarregado de defender o nome de sua família e proteger sua mãe e irmãzinha, Pietra, da impiedosa máfia mexicana. Apesar de necessitar de uma esposa, mesmo que seja um casamento arranjado, ele sente a obrigação de proteger sua nova esposa a todo custo, seguindo os valores fundamentais transmitidos por seu avô. Ao assumir o título de Dom, Alejandro herda não apenas um império, mas também uma série de inimigos sedentos por poder, além de problemas que ameaçam desmantelar tudo o que sua família construiu. Ele precisa aprender a equilibrar as responsabilidades do império González com a vida perigosa que escolheu. No entanto, tudo muda quando Alejandro se aproxima de Elisa Duarte e descobre que ela é herdeira da poderosa máfia italiana Toscano, além de ser sua prima. Essa revelação lança uma nova perspectiva em sua jornada, pois ele se vê envolvido em um intricado jogo de poder e lealdade. "Coração de Gelo" é uma história intensa, repleta de reviravoltas, que retrata a jornada de Alejandro González no submundo da máfia mexicana. Enquanto luta para preservar seu legado e proteger aqueles que ama, incluindo Elisa Duarte, ou melhor, Toscano, Alejandro descobre que ter um coração de gelo pode ser tanto uma proteção quanto uma maldição. As decisões que ele tomar moldarão não apenas seu próprio destino, mas também o destino de todos ao seu redor.
Leer más— Alejandro levante-se. — gritava seu pai.
Era assim que no futuro ele queria ser o herdeiro direto de seu pai e continuar a linhagem González como “Dom”. Ele precisava se esforçar muito mais para ser metade do que o pai ou o avô eram: — Papai, estou cansado. Não fui à escola hoje. Tinha prova e já passa do meio-dia e eu nem tomei café. — pediu Alejandro cansado. — Você só vai comer depois de terminar o treino. Ou prefere que eu treine com Pietra? — falou seu pai com desdém. — Papai, Pietra só tem cinco anos. Ela é um bebê! — respondeu Alejandro em choque. — E você tem doze, um garoto que precisa ser forte e frio, não amar ninguém. Amar é ser fraco. Responda, vai continuar ou não?! — ordenou seu pai. — Vou, papai. Depois posso comer? — perguntou Alejandro sentindo todo o corpo doer e a barriga roncar. Cada soco que Alejandro recebia dos homens de seu pai lhe dava vontade de chorar. Ele era apenas um garoto que desejava ser normal, sem todas aquelas regras de uma família da máfia. Mas quando lembrava da mãe e da Pietra, ele suportava cada soco. Desde que Pietra nasceu, seu pai sempre batia na sua mãe. Por duas vezes, Alejandro tentou impedi-lo de machucá-la, mas foi amarrado e obrigado a assistir enquanto a mãe era golpeada. Ver sua mãe chorando enquanto ele desferia vários golpes era devastador. Depois, chegava a vez de Alejandro apanhar. Ele foi açoitado pelo pai durante duas horas e depois foi obrigado a dormir amarrado. Na segunda vez, a mãe interveio entre ele e o pai, fazendo-o prometer que não se meteria. Ele via a mãe em total submissão, e só encontrava alegria quando o pai viajava com o avô. Seu pai era um monstro, mas seu avô não, mesmo sendo o “Dom”. Com Alejandro e Pietra, ele era amável. “Dia do ataque” Alex, filho do Dom da máfia González, recebeu a notícia de que um carregamento de armas havia sido roubado. Determinado a recuperar o carregamento e mostrar sua lealdade à família, ele decidiu partir em uma missão perigosa ao lado de seu pai, o Dom Pietro. Juntos, eles seguiram as pistas que os levaram até um armazém abandonado nos arredores da cidade. Confiando em sua experiência e intuição, Alex avançou cautelosamente, com a adrenalina pulsando em suas veias. O local estava silencioso e sombrio, um cenário perfeito para uma armadilha. No momento em que eles adentraram o armazém, as luzes se acenderam repentinamente, revelando uma verdadeira emboscada. Um grupo rival da máfia, liderado por um inimigo desconhecido, estava à espera deles. Armas foram apontadas em sua direção, e uma rajada de tiros rompeu o ar. Alex, com destreza, coragem e muita presunção, reagiu instantaneamente, buscando abrigo enquanto disparava sua própria arma em resposta. Os tiros ecoavam por todo o espaço, criando uma atmosfera caótica e mortal. As balas cortavam o ar, e cada movimento era crucial para sua sobrevivência. No entanto, apesar de seus esforços, a superioridade numérica e a astúcia do inimigo eram avassaladoras. Alex foi atingido por múltiplos tiros, seu corpo tombando no chão em meio àquele cenário de violência e traição. Seus olhos se fecharam lentamente, enquanto a vida escapava de seu corpo jovem e promissor. O Dom Pietro, mesmo ferido, lutou bravamente para defender seu filho, mas era tarde demais. Com o coração dilacerado pela perda irreparável, ele se viu obrigado a recuar, carregando consigo a dor profunda da morte de seu herdeiro. Aquela emboscada traiçoeira marcou um ponto de virada na história da família González. Alex, um homem corajoso, determinado e muito traiçoeiro, havia sido tirado cruelmente de seu caminho. A sede de vingança e a busca pela verdade se tornaram uma prioridade absoluta para o Dom Pietro, enquanto ele jurava justiça e punição aos responsáveis por essa tragédia. ATUALMENTE... Alejandro acordou suado, atormentado pelos pesadelos recorrentes da morte de seu pai. Parecia tão real, como se ele estivesse realmente lá no momento fatídico. Seu avô, incansável, continuava a busca pelo culpado. Cada pista que não levava a lugar nenhum aumentava sua frustração e ira. Já se passavam seis anos desde então. Hoje, prestes a completar dezoito anos, ele seria apresentado à Família como o próximo “Dom”, assim que seu avô tomasse essa decisão ou se, por qualquer motivo, partisse, o que ele esperava que não acontecesse tão cedo. Desejava tê-lo por perto durante muito mais tempo. Com o passar do tempo, ele havia aprendido a se tornar um bom soldado. Sabia manejar todo tipo de arma, mas sempre preferia a "belly", sua espada de dois gumes, presenteada pelo avô em seu aniversário de quinze anos. Levantou-se da cama e dirigiu-se ao banheiro, onde tomou um banho demorado e revigorante. Ao se aproximar do closet em busca de uma roupa, sentiu o perfume de lima e morangos, e soube que sua amada Pietra sua irmãzinha, havia invadido seu quarto. Sentiu-a saltar em suas costas e a segurou com firmeza: — Não bata na porta, princesa, quase me pega pelado. — brincou Alejandro com Pietra nas costas. — Grande coisa. E está animado para a festa hoje? — respondeu Pietra com deboche. — Preferia nem ir, mas preciso ir pelo vovô. Eu sei que serei seu sucessor, então tenho que ir. — falou Alejandro desanimado. — Você sabe que também terá que encontrar sua esposa, não é? Logo meu irmão será um homem casado. — lembrou Pietra algo que Alejandro queria esquecer. — Ah, princesa, por que me lembrou disso? Só de pensar em casamento forçado, me tira do sério. Não quero amor, não quero me tornar fraco. — falou Alejandro lembrando das falas do otário do seu pai. — Ah, irmão, para com isso. Você merece ser amado sim, e hoje todas estão loucas para ser a esposa do futuro “Dom”. — brincou Pietra descendo das costas do seu irmão. — Ah, princesa, é hora da aula, não é? Hora de ir para a escola. — lembrou Alejandro olhando para o relógio. — Sim, você me leva? — pediu ela. — Claro, desça. Deixa-me colocar uma roupa. Não quer que eu vá com um roupão, não é, princesa? — brincou Alejandro dando um beijo na testa da sua irmãzinha. O tempo endureceu Alejandro por dentro. Sentir algo por uma mulher não era permitido. Ele tinha que permanecer frio com todos, sem exceção. Saber que em três anos seria obrigado a se casar com alguém que não conhecia já o deixava furioso. Não queria se casar jamais. Alejandro se vestiu e desceu, encontrando seu avô, sua mãe Eline e sua irmã Pietra. Sentaram-se para tomar café em silêncio, pois o “Dom” Pietro detestava conversas durante as refeições em família. Depois de comerem, se despediu da sua mãe Eline e de seu avô, Alejandro levou sua irmãzinha para a escola. Aguardou até vê-la entrar nas dependências da instituição antes de seguir para sua própria aula. Estava indo para a faculdade de administração. Seria o herdeiro de um mafioso, mas também precisava estudar. O império González, a família mais poderosa da máfia mexicana, não se sustentava apenas com armas e sangue. Ele era um homem solitário, sem amigos, apenas soldados. Seu único amigo era Juan, filho do braço direito do Dom Pietro. Juan sempre esteve próximo a Alejandro e, quando começou o treinamento dele, Juan também foi treinado para ser seu braço direito. O pai de Juan desejava que ele se tornasse seu Capo, mas ele preferia tê-lo como seu fiel soldado, já que apenas Juan sabia o que ele teria que ser em breve. Na faculdade, ninguém sabia quem ele era. Estacionou em sua vaga designada no estacionamento e encontrou Juan esperando na porta: — E aí cara, quase não chegou a tempo da primeira aula. Algum problema? — perguntou Juan preocupado. — Culpa da Pietra. Ela estava testando minha paciência, falando sobre a festa. Só de pensar nas garotas loucas para serem a primeira-dama, fico puto de raiva. — esbravejou Alejandro entrando na faculdade. — Opa, mesmo. Você irá conhecer as virgens e escolher a esposa, é tradição amigo. — falou Juan tentando acalmar a situação. — Não me lembre disso. — exclamou Alejandro com desânimo. O professor entrou na sala e pediu silêncio. Ele estava acompanhado por uma nova aluna. Quando Alejandro a olhou, perdeu-se nos olhos verdes dela. Ela era pequena, mas suas curvas o deixaram desconcertado. Alejandro não conseguia parar de observá-la, seus cachos dourados. O professor a apresentou como Elisa Duarte, uma brasileira com descendência italiana e recém-chegada à faculdade. Foi difícil para ele se concentrar na aula daquele dia, pois seus olhos continuavam voltados para a bela Elisa. Ele nunca havia sentido isso antes, e estava profundamente confuso.— Estão cheios de gracinhas vocês dois, não é? — comentou Elisa.— Calma, amor. — tentou acalmar Alejandro.— Vamos logo, antes que mostre um pouco do que tenho aprendido com meu pai a vocês. — ameaçou ElisaQuando entraram no refeitório, estava lotado, e encontrar uma mesa seria difícil. Duas garotas da sala faziam sinais para Juan, que praticamente arrastou Eli consigo, enquanto Alejandro ria da situação:— Oi, Juan. — cumprimentou Catarina.— Oi, Cat, tudo bem? — respondeu Juan.— Melhor impossível. — respondeu ela, animada.— Você já conhece a Bianca, Ale? — perguntou Catarina.Ouvindo-a chamar seu amor pelo apelido, Elisa sentiu o sangue ferver. Colocou-se na frente das duas, sentou-se à mesa e fez uma cara de psicopata, com um sorriso de lado:— Já estamos na metade do semestre e você vem com essa pergunta idiota. Me responde uma coisa, qual intimidade você tem com Alejandro, para chamá-lo por apelido? — questionou Elisa, de forma intimidadora.— É que nós já... — tentou explica
Naquela noite, a tranquilidade reinava, algo que não experimentavam havia muito tempo. Após o jantar, Alejandro se dirigiu ao escritório, assim como seu avô e sogro foram. Apesar da escuridão que a falta de memória trazia em alguns momentos, Elton estava determinado a descobrir quem havia ordenado a dizimação de sua família e o assassinato de sua esposa. Em meio a esses pensamentos, recordou-se de que haviam tido embates diretos com os Sánchez, mas começou a considerar a possibilidade de que o verdadeiro inimigo fosse os Capuleto, já que uma grande parte de suas posses havia sido transferida para eles. — Será que foram eles? — questionou Elton, com um tom de desconfiança. — Não duvido, porque matei um deles no Brasil, quando levei Elisa lá — respondeu Alejandro, lembrando de um episódio passado. — Droga, minha pasta tinha muitos documentos importantes lá — lamentou-se Elton, frustrado pela perda. — A pasta está com a Elisa, mesmo o Vincenzo querendo levá-la com ele — explicou Al
Ele cortou o beijo, os dois já estavam ofegantes:— Não faça isso, Eli. Você sabe o que eu sinto por você, minha loirinha pimenta. — disse Alejandro.— Não gostou do meu beijo, eu sabia que era um erro. — ela respondeu com tristeza.Ignorando o arrependimento dela, Alejandro a puxou para si e a beijou com força. Um desejo incontrolável tomou conta dele enquanto ela mordia seu lábio, deixando um gosto de sangue em sua boca. Elisa, então, se transformou, pulando em seu colo. Alejandro a segurou pela bunda e intensificou o beijo, ele a beijava com urgência e desespero e com medo que tudo fosse um sonho lindo e perfeito.O beijo não foi delicado; ela parecia uma fera recém-solta de uma jaula. Alejandro ficou surpreso, nem parecia que era sua primeira vez, pelo menos ele acreditava que era sim, sua primeira vez. Ainda com ela em seus braços, Alejandro deu várias mordidas em seu pescoço, e ela rasgou a camisa dele.Alejandro interrompeu o beijo e a encarou. Elisa ofegava, com as maçãs do ro
Apesar de Elisa não admitir a Alejandro, por um momento ela quis ser tomada nos braços por ele e esquecer tudo, até o próprio nome. Já passava das três da madrugada quando decidiram ir embora para casa. Os seguranças foram pegar o carro, e os ficaram na porta do cassino. Alejandro a abraçou, ela sentia frio, de repente ouviram um barulho e um carro vindo em alta velocidade em sua direção. Mais uma vez, o instinto de uma Toscano tomou conta dela, fazendo-a lembrar como se fez presente dentro do cassino, e ela puxou a arma que Alejandro carregava nas costas, e foi até o meio da rua, mesmo a contra gosto dele. Parou em frente ao carro, onde havia dois homens encapuzados. Ela mirou no motorista e atirou, acertando-o precisamente. Viu o carro bater alguns metros adiante, e apesar de estar tremendo dos pés à cabeça, sentiu que tinha matado aquele homem. Alejandro veio até ela e a abraçou, enquanto Juan e dois seguranças se aproximaram do carro. O homem do passageiro tentou fugir, mas Ju
Desde que Elisa conheceu Alejandro, ele só a ajuda e a protege. O cassino nunca foi parte de sua vida, mas é da dele. O que lhe custaria fazer algo por ele, então decidiu ir. Ele ficou muito feliz e seus olhos brilharam, deixando-a confusa. Elisa queria blindar o próprio coração e resistir à paixão, mas com ele sendo tão atencioso, estava cada vez mais difícil resistir ao desejo de beijá-lo. Após tomar um banho, Alejandro saiu do banheiro com uma toalha e seguiu para o closet. Em suas costas, tinha uma enorme tatuagem de um dragão chinês e o brasão da família, que chamou a atenção da Elisa, fazendo-a perder-se na contemplação até que ele a chamou: — Eli! — chamou ele. — An, oi. — respondeu ela absorta em seus pensamentos. — Gosta do que vê esposa? — brincou ele.— O que? — respondeu ela sem pensar. — Estou falando com você e você nem responde. — indagou Alejandro.— Desculpe, o que quer? — perguntou Elisa. — Já pode ir tomar banho. — falou ele. — Ah, certo. — indagou ela indo p
— O que significa isso, Ale? — perguntou Elisa confusa. — Eli, o tio está vivo. Ele perdeu a memória depois de quase morrer. — começou Alejandro a explicação. — Não acredito, isso é verdade? — perguntou ela, olhando para a tela do celular. — Sim, minha linda. Vincenzo o encontrou e cuidou dele. — explicou ele pegando nas mãos dela. — Onde ele está? Preciso ver meu pai. Só sobrou ele comigo. — questionou Elisa eufórica. — E eu, a mamãe, Pietra? — falou Alejandro com o semblante triste. — Desculpe, você entendeu, meu bem. Onde ele está? — perguntou ela acariciando o rosto dele. — Aqui, mas... — indagou Alejandro — Mas o quê? Me deixe ve-lo. — pediu ela. — Você vai, Eli, mas como eu disse, ele está sem memória. — explicou Alejandro. — Não, por quê? — questionou ela em choque. — Ele quase morreu. Vamos descer, vem vê-lo. — falou Alejandro pegando na mão dela. — Aí, agora fiquei nervosa. — falou ela emocionada. — Boba, vem. — falou Alejandro brincando com ela. Elisa trocou a
Último capítulo