Ele era o primogênito de um empresário bilionário e cresceu ouvindo os conselhos de sua mãe, de que nunca deveria se envolver com pessoas de outra classe social diferente da sua. Ela era a filha dos empregados da mansão e sempre o amou, desde que se lembrava. João Felipe Mendes de Albuquerque não iria se entregar ao amor que sentia pela filha dos empregados. Viviane Silva nunca iria se rebaixar a alguém tão insensível e frio como aquele homem arrogante. Mas as vezes os sentimentos falavam mais alto e o amor não se pode controlar...
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Cinco anos antes- Vamos, Vivi! Escolhe logo essa roupa.
- Eu já escolhi. Gostei da camisa azul com a bermuda caqui.
- Mas eu não gostei. Escolhe outra. Por favor, não me deixa na mão, vai. Diga uma outra que ficaria legal. - João Pedro insistiu teimoso, me olhando com as duas mãos na cintura.
Olhei para o João Pedro e desisti de contraria-lo. Quando ele queria uma coisa, insistia até conseguir e eu não tinha paciência para ficar debatendo sobre uma mesma questão por vários minutos...ou horas, dias..., mas o João Pedro sim, então decidi escolher uma outra combinação de roupa.
- Gostei dessa camisa branca com a bermuda azul.
- Amei também. Você é a melhor amiga que eu poderia ter.
Olhei para ele e me contive. Não adiantava ficar discordando do João Pedro. Ele sabia ser chato e insistente.
- Você é chato, mas também é o melhor amigo que eu poderia ter.
Ele veio ao meu encontro e nos abraçamos apertado.
Estávamos em seu quarto, na mansão em que ele morava com seus pais, o senhor Rodolfo e a senhora Marta Mendes de Albuquerque, além do seu irmão, o João Felipe.
Eu era a filha de um casal de empregados da mansão, o motorista Antônio e a cozinheira Lúcia, que já trabalhavam na mansão há mais de 30 anos, desde que os avós do JP, pais do senhor Rodolfo, ainda eram vivos e por este motivo nós tínhamos uma casa dentro da enorme propriedade, na qual eu morava com meus pais.
Cresci ao lado dos dois irmãos e estudávamos juntos na mesma escola, pois o senhor Rodolfo sempre fez questão de pagar por meus estudos e insistia que eu deveria ter o mesmo que seus dois filhos.
Eu tinha a mesma idade do JP, apenas alguns poucos meses de diferença, e acredito que por este motivo nós éramos tão amigos. Diferentemente de seu irmão, que sempre manteve uma certa distância de mim, mesmo quando ainda éramos crianças.
Era mês de dezembro e as como havia se encerrado o ano letivo, o JP havia sido convidado para uma festa na piscina, na casa de um dos amigos mais próximos do Felipe, o Ricardo Alcântara. Como sempre acontecia, o JP iria me levar junto e estávamos agora em seu closet, onde ele queria que eu escolhesse a roupa que ele iria para a tal festinha.
Como sempre acontecia quando se tratava do JP, ele já havia decidido qual a roupa que iria usar e queria apenas alguém para confirmar que era uma boa escolha.
Eu não entendia tanto de moda como ele, mesmo tendo vivido toda a minha vida em meio aos filhos de famílias com grandes fortunas, uma vez que eu estudava com eles desde pequena, eu continuava sendo uma pessoa de poucas condições financeiras e que não possuía os mesmos luxos que os filhos dos patrões.
Minha mãe não aceitava todos os presentes que o senhor Rodolfo queria me dá, apenas os meus estudos eram aceitos de boa vontade e mesmo eu sendo ainda muito jovem, eu a entendia, pois, mesmo estando em meio aos ricos, eu não me sentia um deles e nem poderia, pois muitos não me deixavam esquecer esse fato.
Diferentemente do JP, que me tratava como uma irmã, o seu irmão era um dos que sempre fazia questão de salientar as diferenças entre nós e eu deveria detesta-lo por isso. O que infelizmente não era a realidade.
- Você não vai se arrumar? Vamos chegar atrasados. - Reclamou João Pedro.
- Como se você não adorasse chegar atrasado nos lugares, tudo para fazer uma entrada que chame a atenção de todos. - Falei sorrindo.
- Você está certa. Mas hoje eu quero aproveitar todos os momentos dessa festa. Quero só ver a cara da Alicia, sabendo que o João Felipe vai para Nova York e ela não o verá mais tão cedo.
Ele caiu na risada e eu não conseguia entender qual a graça nessa história. Decidi não pensar nas loucuras do JP no momento. Ele adorava uma fofoca e fazer piada das garotas que me destratavam na escola e eu preferia me abster de falar sobre elas, mesmo que fosse para falar mal.
Enquanto o JP terminava de se arrumar, eu saí do quarto e caminhei em direção a minha casa, ainda decidindo se iria ou não para aquela festa, que estaria cheia de pessoas desagradáveis, as quais nunca me trataram bem, sempre fazendo questão de me excluir de suas conversas e me fazer entender o que eles consideravam o "meu lugar".
Ao mesmo tempo, eu tinha um motivo que me fazia querer ir, mesmo diante de tudo isso, que era o João Felipe estar lá, no que ele chamava de sua despedida do país, pois ele viajaria para os Estados Unidos no dia seguinte, em um voo que sairia bem cedo do aeroporto e eu não teria a oportunidade de vê-lo novamente antes de sua viagem, caso eu não fosse a essa festa.
Por mais que eu não fosse estar ao seu lado durante o período que estivesse lá na festa, ainda assim eu poderia ficar olhando para ele de longe e isso, para mim, boba como era, já seria o suficiente, tendo em vista que ele passaria anos morando em Nova York, onde pretendia estudar e fazer suas especializações no mercado financeiro.
Estava passando pelo corredor, que ficava próxima a sala de visitas, quando percebi que estavam o Ricardo Alcântara e o João Felipe conversando, e como eles não estavam falando baixo, pude ouvir perfeitamente que falavam sobre mim.
Fiquei assustada, com receio de que me vissem, mas não pude me controlar e parei para ouvir melhor o que falavam, e apenas confirmei um fato que eu já sabia há muito tempo: eu não era bem-vinda entre eles.
João FelipeEu realmente acreditava que nada mais poderia me fazer mais feliz do que estar ao lado da Viviane e da minha filha. Eu estava enganado.Parado no altar da igreja, vendo a mulher da minha vida entrar pela nave central acompanhada por seu pai, a minha mãe com a Sarah em seus braços, bem ao meu lado, a felicidade era tamanha, que senti o coração falhar uma batida.Até alguns meses atrás, eu acreditava firmemente que a felicidade consistia em estar em uma mesa de escritório, à frente de uma empresa que movimentada milhões de dólares por mês. Hoje eu vejo o quão era vazia a vida que eu estava vivendo, pois a minha maior alegria agora, era ir pegar minha mulher em s
VivianeAs palavras do Felipe não me acalmaram em nada, caso fosse essa a sua intenção. Eu estava arrasada por ele ter descoberto dessa forma, mas sabia que a culpa era toda minha, uma vez que houveram tantas oportunidades para que eu contasse a verdade e mesmo assim eu optei por continuar com aquela farsa.Ele errara em tudo o que aconteceu antes, mas ele reconhecera seus erros e eu tinha concordado em dar-lhe uma segunda chance. Então eu deveria ter contado a verdade.Mas agora não adiantava chorar pelo leite derramado. Era seguir em frente, seja qual for a decisão dele após tudo.A Marta entrou no quarto logo após a saída do filho e eu contei para ela t
João FelipeMeu coração estava apertado. Minha pequena bonequinha estava doente e não sabíamos ainda do que se tratava essa febre tão repentina.Estava tudo tão bem! Ela era uma criança muito saudável e desde que voltei a morar em São Paulo, ela nunca havia ficado doente. Nem mesmo quando tomou suas vacinas, as quais as enfermeiras sempre alertavam sobre ter algum tipo de reação, ela ficou com febre.- O que ela tem, doutora? - A Viviane se antecipou a mim, quando a médica que estava acompanhando a Sarinha entrou no quarto em que estávamos aguardando o resultado de alguns exames que foram realizados.- Os exames apresenta
VivianeEu estava preocupada, muito mesmo.O João Pedro estava cada vez sendo mais insistente sobre eu ter que contar para o João Felipe que a Sarah era sua filha.Eu realmente não achava que era o momento adequado, mas segundo ele, eu nunca iria encontrar esse momento, adiando sempre a verdade.De qualquer forma, eu não iria contar agora. Nós estávamos cada dia mais felizes juntos, o Felipe era amoroso e bastante cuidadoso comigo e com a Sarinha. Fazia questão de me deixar e buscar no trabalho, além dos nossos passeios juntos.A Marta adorava quando saíamos sós, pois ela ficava com a Sarah só para ela e o senhor Rodolfo, como ela sempre
João FelipeEu sentia que a Viviane não havia aprovado a minha escolha para o restaurante aquela noite, mas mesmo diante da minha sugestão em irmos para outro lugar, ela permaneceu firme em continuar naquele ambiente, que aparentemente não era de seu gosto.Já estávamos com nossos pratos diante de nós, pois o serviço do restaurante era excelente, e ela apenas mexia na comida, sem realmente levá-la a boca.- Você não gostou do seu pedido? – Questionei mais uma vez. – Podemos pedir outra coisa.- Está maravilhoso.- Como você pode saber? Não tocou ainda em nada d
VivianeUm contratempo nos negócios, o qual deveria ser resolvido com extrema urgência, fez necessária a presença de um dos diretores da Mendes em um empreendimento que estava sendo construído em Mykonos, na Grécia.Para minhasurpresa, o João Pedro se disponibilizou a ir em lugar do Felipe, que era a pessoa responsável pela negociação.- Por que você já vai viajar novamente, JP? - Questionei a ele, enquanto o ajudava a fazer as malas.- Eu estou me sentindo ansioso ultimamente. Acredito que você e o meu irmão também precisam de um tempo a sem a minha presença para que possam se entender melhor.- Você realmente acredita que eu devo dar uma nova oportunidade para o Felipe? Seja honesto comigo sobre a sua opinião.- Jamais iria dizer algo que não
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