Acordei em um quarto escuro e desconhecido. A primeira coisa que notei foi que estava amarrada à cama. Um cheiro estranho pairava no ar, ao mesmo tempo familiar e impossível de identificar. Esforcei-me para clarear a mente, ainda enevoada, e reconstruir os acontecimentos que me levaram até ali. Foi então que as lembranças me atingiram com força: o sangue, a brutalidade, o perigo. Tudo retornou de uma só vez, sem aviso.
Onde eu estava?
No meio da escuridão, percebi a presença de uma figura silenciosa. O quarto, embora sombrio, era iluminado por uma luz fraca que revelava vagamente a extensão do espaço ao meu redor.
— Quem está aí? — Perguntei, e a figura se aproximou lentamente, até que pudesse distinguir cada detalhe de seu corpo. O sangue não estava mais presente, mas sua ausência não o tornava menos aterrador. Era Thane. Estava bem à minha frente, com os mesmos olhos sombrios que eu havia encarado no campo de julgamento. Será que ele iria me machucar? Só então percebi que havia outra