“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava cheia de energia essa manhã! Nem a cara de maracujá engomado da Magda foi capaz de me tirar o sorriso do rosto. Mas a cara dela estava péssima! E o meu sorriso ficou maior.- Bom dia, cobra platinada! Está se divertindo muito na minha casa? – Eu perguntei sabendo que ela estava de péssimo humor, porque eu, infelizmente, conhecia essa criatura do mal.- Isso aqui é um verdadeiro inferno, Abigail! Bem a sua cara mesmo. Só falta um demônio de quatro patas correndo por todos os lados, babando e mordendo tudo. – A Magda realmente estava mal humorada e eu ri.Eu sabia que ela odiava animais de estimação, especialmente cachorros, ela até fez o meu pai dar o meu cachorro para alguém, dizendo que “o Enriquinho era alérgico”. Eu lamentei não ter um cachorro agora.- Ah, golpista geriátrica, não está bom para você não? É só ir embora, queridona, a porta da rua é a serventia da casa. Se quiser eu até chamo o taxi! – Eu sorri e ela fez uma careta.- Tudo o que
“Martim Monterrey”Eu estava bastante feliz naquela manhã, algo que eu não sentia há muito tempo. A Abigail e eu tomamos o café perto do escritório e quando chegamos encontramos o Emiliano logo na recepção.- Bom dia, meu casal favorito! – Meu amigo também parecia de bom humor, ao contrário da Maria Luiza, que estava com a cara tão azeda quanto a da Magda.- Bom dia! – A Abi e eu respondemos juntos.- Bom dia, Marilú! – A Abigail provocou a Maria Luiza, que resmungou qualquer coisa.A Abigail estava especialmente provocadora essa manhã e com um bom humor de fazer inveja nas inimigas, como diziam por aí. Eu me permiti pensar que talvez tivesse alguma coisa a ver com esse bom humor todo.Nós caminhamos para as nossas salas e eu me despedi da minha esposa com um beijo quando chegamos à sua porta. Depois que ela entrou o Emiliano me olhou e eu conhecia aquele olhar, ele queria conversar. Fiz apenas um sinal para ele em direção a minha sala.- Meu amigo, você e a Abi estão com uma cara tão
“Magda Zapata”Eu pensei que a minha estadia na casa da inútil da minha enteada seriam férias divertidas, mas isso aqui é um verdadeiro antro de loucos! O que passa na cabeça de uma mulher que decide ter seis filhos? Eu tive o Enrico só porque foi um acidente de percurso, mas eu não pretendia ter nenhum. Não que eu não amasse o meu filho, pelo contrário, eu o amava muito, mas ele atrapalhou minha vida muitas vezes.Agora eu estou aqui, no meio desse bando de desajustado fazendo torradas e com um marmanjo maior do que eu me chamando de tia. Isso era um completo desastre. E para piorar ainda mais, o casamento da Abigail era de verdade mesmo, toda aquela atividade dela com o marido madrugada adentro não deixava dúvida de que eles estavam cumprindo os requisitos de um casamento.Mas eu precisava me mexer, começar a agir para separar o casalzinho terror da madrugada logo. A Abigail não poderia ficar casada por um ano inteiro. Aquela fortuna era minha, fui eu quem suportou aquele velho, eu
“Letícia”Foi muita maldade da Camila não me avisar que eles iam para um bar ontem, eu poderia ter aparecido por lá e agarrado o Martim. Mas, pelo menos aquela ridícula da Maria Luiza iria nos ajudar. Eu não gostava daquela mulher, nunca gostei, uma cara de sonsa, com aquele jeitinho fingido, só lixando as unhas e preparando o bote. Mas, era melhor que ela fosse minha aliada.Avisei aquela sonsa que eu estava indo. Ela disse que quando eu chegasse, que esperasse ela sair da recepção e aí eu entrasse. E foi o que eu fiz. Assim que cheguei avisei a ela e quando ela saiu da recepção eu entrei e fui direto para a sala do Martim.- Ah, mas eu não mereço! Sai daqui, Letícia, ou eu chamo a segurança. – O Martim reclamou quando eu entrei em sua sala, mas eu não liguei, ele ia parar de reclamar rapidinho.- Você não vai chamar a segurança, Martim. – Eu me apressei e puxei o fio do telefone.- Para com isso, Letícia! – Ele se levantou e eu aproveitei para me pendurar em seu pescoço.- Martim, p
“Abigail Zapata Monterrey”Por incrível que pareça, eu me senti de alma lavada por poder dar uma lição naquela galinha da Letícia. Eu não gostava de brigar, detestava escândalos, mas não aceitava ser feita de idiota. Eu voltei para dentro do escritório e parei em frente a Maria Luiza na recepção. Curiosamente já não tinha ninguém mais ali assistindo o show, só a Maria Luiza, o pateta do Emiliano e a besta do Martim.- Escuta bem, Marilú, não pensa que eu não sei que tem dedo seu nisso, porque eu sei que tem. – Eu comecei a falar, ela me olhava com os olhos estatelados.- Ma-mas... – Ela tentou falar, mas eu não deixei.- Caladinha! É só pra você escutar, então presta atenção! Da próxima vez que eu pelo menos sonhar que você está armando pra mim, o que eu fiz com aquela galinha vai ser pouco perto do que eu vou fazer com você. Entendeu, jararaca de unha postiça? – Eu a encarei e ela balançou a cabeça.Eu passei pelo Emiliano e pelo Martim que me olhavam não sei se chocados ou divertido
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu
“Martim Monterrey”Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas
“Martim Monterrey”Depois que saímos da casa da Mônica eu decidi ir para o meu apartamento e pedi ao Emiliano que me deixasse sozinho. Ele relutou, mas recebeu a ligação de uma amiga que estava na cidade e precisou ir encontrá-la.- Eu vou te mandar o nome do restaurante onde vou estar, se você mudar de idéia, me encontra lá. – O Emiliano insistiu antes de sair.- Não se preocupe, meu amigo, eu vou ficar bem! – Tentei manter a calma para que ele não se preocupasse, pois ele era bem capaz de mandar a amiga vir para o apartamento e me incluir nesse jantar, só para não me deixar sozinho.Depois que ele saiu, eu olhei em volta e comecei a ficar agitado novamente. Esse apartamento seria onde eu iria morar com a minha esposa, a noiva fujona. Eu tinha um ótimo apartamento não muito longe dali, mas como me casaria e depois da lua de mel moraria nesse, eu havia esvaziado o meu antigo apartamento e entregado as chaves para o corretor no dia anterior.Mas olhando agora, eu não gostava desse luga