“Martim Monterrey”Eu estava sentindo o medo crescer dentro de mim desde o momento em que a Abigail entrou no meu escritório e viu o que viu. Por um lado eu respirei aliviado quando ela entrou e tirou a Letícia de cima de mim, mas por outro eu estava apavorado que ela brigasse comigo e aquela coisa boa que estava acontecendo entre nós acabasse.E quando ela mandou que eu saísse da sala dela e me livrar do batom e do perfume da Letícia, eu senti um grande alívio por ter um chuveiro no meu banheiro do escritório e por ter sempre uma camisa ali, pois eu pensei que ela colocaria fogo na camisa no meu corpo mesmo se eu não fizesse o que ela disse.Depois de um banho rápido e uma camisa limpa, eu voltei para a sala dela, já com um discurso de desculpas em minha cabeça, eu pediria perdão de joelhos se fosse preciso, mas eu não queria perder o que estava acontecendo entre nós. Mas eu a vi ali, encarando o Emiliano de boca aberta e ele sorria pra ela, era diferente de todas as vezes que eu os
“Martim Monterrey”Depois de visitar a obra do Laguna eu ainda tinha tempo e decidi que era hora de fazer uma surpresinha para a minha insuportável. Eu tinha tempo, então eu aproveitaria. Eu liguei para o Emiliano e pedi ajuda para que eu fizesse a escolha certa e depois de aguentar as suas brincadeiras eu o fiz jurar manter segredo. Então eu já sabia onde ir para conseguir o que eu queria.No fim das contas, foi mais difícil do que eu pensei, mas eu consegui e tinha tudo o que eu precisava. No entanto eu estava um pouco atrasado e liguei para a Abi para avisá-la que eu já estava chegando.Quando eu parei na porta da empresa o Emiliano estava lá, certamente me esperando, e quando eu desci com a minha surpresa ele começou a rir, mas rir de uma maneira escandalosa, se dobrando ao meio.- Não seja idiota! – Eu resmunguei quando cheguei perto dele e ele riu mais.- Nunca imaginei, Martim, que ia ver isso! Mas eu tenho que dizer, acho que você acertou em cheio! – Ele riu mais um pouco.- V
“Camila”Eu não sabia porque eu continuava ajudando a Letícia, ela fazia tudo errado! E com certeza o Emiliano iria reclamar comigo pelo escândalo que aquela idiota armou no escritório.- Letícia, você é burra, minha filha, burra! – Eu falei pela décima vez.- Ai, Câmi, não fala assim! Olha, eu fiz tudo direitinho, mas como eu saberia que aquela doida é boa de briga? – A Letícia choramingou.- Pois é, Letícia, mas você precisa de um plano, o Martim já fugia de você antes de se casar, não é se jogando em cima dele que você vai conseguir o que quer. – Eu falei já cansada de explicar a mesma coisa todos os dias.- Mas, Câmi, o que eu faço então? – Ele parecia realmente não saber o que fazer.- Olha, Letícia, eu vou te ajudar a pensar em alguma coisa, mas até termos um plano, você não aparece mais naquele escritório, entendeu? – Eu avisei.- Mas o que eu vou fazer? – A Letícia parecia confusa.- Eu juro que eu não entendo porque ela escolheu logo você para dar em cima do Martim. – Eu olhe
“Abigail Zapata Monterrey”Foi como eu pensei, a Camila estava confusa e preocupada. É claro que ela tinha participação naquela baixaria da Letícia e obviamente não esperava ter que encarar a mim, ao Martim e ao Emiliano, todos de uma vez. E eu confesso que tive vontade de rir ao ver a expressão dela quando me viu na porta da sua casa. Ah, mas eu ia deixar essa falsa passar bastante medo essa noite.- Insuportável, você está armando alguma, não está? – O Martim perguntou quando voltamos para o carro.- Eu? – Eu levei a mão ao peito como se a acusação dele me deixasse chocada. – Por quem me tomas? O que te leva a pensar isso de mim, ursinho? – Mas eu falhei miseravelmente ao tentar me manter séria.- Ai, minha insuportável, como diz o Emiliano, você também não facilita! – Ele estava rindo comigo.- Eu já mandei uma mensagem para os meus cunhados. Nós teremos um jantar bem divertido. – Eu avisei.- Você já estava com isso armado não é? – Ele me perguntou.- Desde a hora em que coloquei
“Martim Monterrey”Me incomodou muito a forma como a Magda se referiu a Abigail e ao Emiliano, mas o que a Abi respondeu, dizendo que morria de amores por mim, com tanta segurança, me fez querer acreditar naquilo. Mas seria impossível que ela esquecesse o Emiliano assim.Durante um ano inteiro eu a vi sofrer por ele, sofrer por ele e tentar fazer com que ele a notasse todos os dias. E eu vi a tristeza dela na praia quando se deu conta de que ele jamais se apaixonaria por ela. Então, seria impossível que ela estivesse apaixonada por mim, quanto mais morrendo de amores, eu tinha que manter os pés no chão, o que ela sentia por mim era atração. Talvez, se eu me esforçasse, com o tempo ela poderia se apaixonar por mim um pouquinho.Eu fiquei observando a Abigail assumir a posição de dona da casa e anfitriã, com a ajuda das minhas irmãs, rapidamente ela distribuiu bebidas, ignorando a Magda e o Enrico como se eles fossem duas almas penadas de pé ali. Mas eu também notei o olhar interessado
“Magda Zapata”Mas era muito azar o meu o Emiliano tirar uma noiva da cartola logo agora! Eu sabia muito bem que o único jeito de acabar com o casamento da Abigail era jogando aquela inútil nos braços do Emiliano. Ela sempre foi louca por ele, disso eu não tinha dúvida. E isso sempre foi uma vantagem pra mim, pois enquanto ela fosse apaixonada por ele, ela não se casaria e não teria filhos, não daria ao pai os netos que ele tanto queria.Eu até tentei casá-la com o Enrico, mas aquele idiota do pai dela não comprou a minha idéia. Ele dizia que o Enrico tinha que amadurecer e se dedicar a algum trabalho antes de pensar em se casar. Eu nunca entendi porque ele fazia questão que o Enrico trabalhasse, ele tinha dinheiro suficiente para que o meu filho e a filhinha dele nunca precisassem fazer isso. Mas o Enrico também nunca me ajudou, nunca sequer fingiu se interessar por nada e ainda por cima gostava das noitadas, das mulheres e da gastança. E não sendo suficiente, a Abigail nunca o supor
“Martim Monterrey”No final das contas aquele jantar não tinha sido tão ruim. Melhor ainda foi levar a minha insuportável para a cama, ela estava divertida, cheia de energia e especialmente carinhosa, como se precisasse tocar todo o meu corpo. E essa manhã ela me convenceu a passar direto pela cozinha e tomar o café da manhã no escritório, ela não queria ver a Magda.Eu estava virado para a tela do computador e um sorrisinho no canto da boca, mas eu não via o que tinha em minha frente, eu via a Abigail na minha memória, tal como esteve na noite anterior, nua em meus braços, seu rosto corado e a respiração entrecortada depois do orgasmo em que ela gritou o meu nome. Eu podia ver o desejo brilhando nos olhos dela e o meu coração batia desenfreado, ansioso. E foi assim que ela me pegou em minha sala.- Ah, mas eu daria qualquer coisa pra saber o que te faz sorrir assim, ursinho. – Ela entrou e parou em minha frente estreitando os olhos.- Qualquer coisa? – Eu perguntei e o meu sorriso fi
“Maurice Lanoy”Eu ainda estava tentando entender o que estava acontecendo com a minha empresa. Nós estávamos muito bem estabelecidos no mercado, sólidos, nunca tivemos problemas com fiscalização e agora eu estava com quatro obras faraônicas prestes a serem embargadas. O pior é que todos eram clientes que eu havia tirado da Monterrey Quintana desde que a Mônica veio trabalhar comigo, se eles descobrissem iriam atrás dos clientes de novo.Mas o problema é que eu estava descapitalizado, assumi muito mais obras do que poderia aguentar com meu próprio capital e isso significou um baque no caixa, afinal, para roubar os clientes da Monterrey Quintana eu havia oferecido receber o total do contrato na entrega das obras e eram contratos milionários. Eu pensei que seria fácil conseguir aporte financeiro dos bancos, mas um a um todos começaram a negar, disseram que eu tinha obras demais em andamento e que isso deixava a minha empresa em risco alto.- Maurice, temos problema com mais uma obra. –