Valério Mercedes
O bar do hotel era escuro e discreto. Eu cheguei direto do prédio da DRTech, sem paciência pra amenidades. O garçom veio falar de carta de vinhos; levantei a mão e dispensei. Eduardo já estava numa mesa de canto, com o terno alinhado e a cara de sempre: a de quem acha que controla tudo.
“Sua recepção foi boa?”, ele ironizou.
“Fui barrado no térreo”, respondi, seco. “Recepção treinada. Segurança avisada. E um recado: ‘somente por e-mail’. Eu quero saber o que vamos fazer agora que eles resolveram brincar de fortes.”
Ele deu de ombros. “Eles estão com medo. É natural fecharem portas.”
“Medo não basta pra atrasar o fechamento”, retruquei. “Quero caos suficiente pro Conselho recuar. Você trouxe alguma coisa que preste?