Nate Donovan
Desliguei o celular e deixei a mão cair devagar ao lado da perna. O quarto parecia menor de repente, mas o riso de Eliza ainda ecoava, e a respiração de Lúcia vinha mansa, num compasso que eu queria guardar num bolso.
“Tudo bem?” Lúcia perguntou assim que me viu. A atenção dela sempre encontra primeiro o que eu tento esconder.
“Tá sim,” respondi, voltando ao quarto. “Coisa da venda da DRTech. O Enzo precisava me atualizar.”
Ela se aproximou dois passos, como quem encurta caminho e mentira. “Você tem certeza disso?” Os olhos dela entraram nos meus, firmes, nada de interrogação agressiva, só verdade