David Jones
O gosto dela ainda queimava na minha boca quando ouvi o maldito pigarro atrás de nós.
Afastei os lábios de Moira com esforço, mas não a soltei. Minhas mãos continuavam firmes em sua cintura, como se meu corpo se recusasse a largá-la. Ela arfava, o rosto corado, os olhos marejados de algo que misturava medo e desejo. Ia abrir a boca — ia dizer que não a deixaria mais sozinha — quando a voz de Enzo cortou o ar como uma lâmina.
“Vocês dois deveriam procurar um quarto.”
Virei devagar. Enzo estava encostado no batente, taça de vinho na mão, aquele sorriso sacana estampado no rosto que sempre me deixava com vontade de en