Nathaniel Donovan
Lúcia adormeceu com o corpo exausto, o som dos monitores embalando o quarto numa cadência quase hipnótica. Eu fiquei ali por longos minutos, observando o rosto dela suavizar devagar, as lágrimas secarem na pele e os músculos relaxarem sob a medicação. Quando tive certeza de que o sono tinha vencido a dor, me inclinei, beijei sua têmpora e deixei escapar num sussurro:
“Amo vocês, chaveirinho. Eu tô aqui.”
Saí do quarto com passos pesados, fechando a porta com cuidado. Olivia estava no corredor, braços cruzados, os olhos ainda atentos como se pudesse sentir cada batida de Lúcia do lado de dentro.
“Fica com ela, por favor,” pedi, a voz mais rouca do que e