Fazia tempo que a família d'Almeida não se reunia ou passava um tempo de qualidade...mas naquele dia, e como se estivesse tudo normal suas vidas, Anderson decidiu que faria uma churrasco para a família.Inicialmente, Theodor não achou uma boa ideia, mas seu pai o convenceu dizendo ser uma boa forma de deixar as mágoas para trás e recomeçar como família, então ele aceitou.E quando Donavan chegou, a churrasqueira já estava pronta. Theodor e Anderson tratavam dela, Elizabeth tratava dos restante acompanhantes e Ana colocava a mesa...ao advogado só restou tratar das bebidas.— Anderson, como vai a clínica? — Donavan perguntou antes de capturar um batata de seu prato. Usava óculos de sol, e roupas que remetiam a descontração.— Bem. Estou pensando em expandir para outras áreas, talvez até fazer uma parceria com uma farmacêutica. — Anderson abanou o garfo enquanto falava.— Se precisar de conselhos jurídicos, sabe onde encontrar. — Ofereceu. Anderson assentiu agradecido.— Pode cobrar, dep
Bem diferente do planejado, o feriado de Clara não foi a tranquilidade toda com que sonhou..ficaria em casa, abraçada a sua mãe, cozinharia e talvez conversassem, porque continuar em silêncio, acabaria lhe matando.Mas as coisas não saíram como queria...ao invés de um dia com a mãe, brigaram. E mais tarde Clara se arrependeu de onde seus pés a levaram. — Desculpa o atraso Clara, mamãe me levou para correr e acabamos perdendo a hora. — Retirando os fones de ouvido, Kimberly pediu assim que se aproximou. Acabava de chegar de uma corrida por três quarteirões, ainda usava a roupa de treino, estava suada e ofegante. — Tudo bem, não cheguei a tanto tempo. — Clara replicou. — Se quiser ir se trocar, esteja a vontade. — Sugeriu.— Obrigado, não vou demorar. Vou pedir que sirvam o café, tudo bem? — Questionou ao que Clara assentiu movendo a cabeça. — Então, já volto. — Falou.Tomaria um banho rápido, ligaria para o noivo e só depois voltaria para falar com a cerimonialistas.Aproveitando a
— Ele disse que minha mãe estava sendo chantageada e que tinha um motivo para isso. Eu me perguntou o quanto ele a conhecia para afirmar isso. E ainda disse que eu não a conhecia bem...isso me deixa tão chateada, eu pensei que pudéssemos ser amigos, mas me deixou tão irritada que só quero explodir a cabeça dele. — Acelerada, Elizabeth desabafou.— Querida fique calma... Allarick não disse que sua mãe fez alguma coisa errada, mas que o seu tio contou que ela estava sendo chantageada. Não é a mesma coisa. — Cléo falou. Atendeu a chamada, ouviu Elizabeth despejar tudo o que sentia, então só lhe restou tentar iluminar a cabeça que parecia nublada.— Cléo não tem isso de chantagem, não é possível! Falei o mesmo para o Allarick, mas ele parece ter perdido a cabeça. — Elizabeth rebateu fazendo mais e mais gestos acelerados. Cléo suspirou.— Entendo que esteja com raiva meu docinho, afinal é sobre a sua mãe...mas você não pode se irritar com o detetive pelas coisas que ele disse. Esse é o
Decidida a ouvir a versão do tio, Elizabeth deixou o carro junto a calçada, atravessou a rua pouco movimentada, um toque na campainha e a porta foi aberta.— Pois não. — Falou a mulher tão logo abriu a porta. Seu nome era Jenna, gostava de usar ternos femeninos como o cinzento que naquela momento usava, suas madeixas negras estavam sempre perfeitamente organizadas, e tinha uma postura ereta. Possuía um olhar confiante e um ar de pura elegância e nobreza.— Oi. Estou procurando meu tio. — Confusa quanto a presença da mulher na porta, Elizabeth anunciou checando discretamente a placa da casa...não havia errado o endereço.— Deve ser a Liz. — Lhe reconhecendo das fotos que Donavan tinha na sala, Jenna comentou esboçando um pequeno, porém, caloroso sorriso. —Te levo até ele. — Anunciou lhe guiando até a sala. Elizabeth não se incomodou, mas ficou curiosa sobre quem era ela e porquê andava tão livre pela casa do tio. — Tem visita, Don. — Jenna proferiu para o homem de frente a lareir
— Sério, o que ela queria? — Elizabeth perguntou sabendo o quanto Kimberly era um assunto complicado para o irmão... — Conversaram? — Disparou esperançosa. — Ver Naninha. — Theo respondeu antes de desligar a televisão. — E sim, nos conversamos.— Acrescentou dedicando toda a sua atenção à irmã.—Então? — Elizabeth incentivou ainda mais curiosa.—Theo, você sabe o quanto sou curiosa...não comece a falar, e depois fique quieto. — Pediu lhe chacoalhando levemente.— Pedi que largasse o noivo e fugisse comigo.— Theo respondeu. Elizabeth fechou a cara assustada. — O que mais poderia ser, Liz? Conversamos sobre o passado, esclarecemos as coisas e deixamos as mágoas de lado. — Esclareceu.— Isso quer dizer que não está chateada com ela por estar se casando? — Perguntou a menor. — Não, e sinceramente acho que nunca estive. — Theo respondeu. — E conversar com ela me ajudou a ver isso...ela merece essa felicidade. — Relatou.— Então, viramos a página? — Apoiando momentaneamente o queixo no om
— Ladra? — As palavras saltaram da boca de Elizabeth enquanto olhava atordoada para a parede...deu um passo em direção a parede, mas Cléo a deteve segurando seu braço.— Vamos descer e ligar para a policia. — Falando mais baixo que o normal, Cléo explicou. A tensão se apoderou de seu corpo, e sinais de alerta forma mandados por toda parte. Era como se estivesse no quarto de Marieta, no dia em que ela desapareceu...e certamente não lhe fazia bem.— Espere, vou ver os outros cômodos. — Elizabeth falou.— Não. — Cléo protestou.— Como assim não? Olha o estado que está minha casa. — Rebateu a anfitriã, na tentativa de passar.— Saia Cléo, quero passar. — Pediu impaciente.— A pessoa que fez isso ainda pode estar aqui...— Cléo falou, e naquele momento Elizabeth entendeu porque estava falando tão baixo. — Vamos. — Falou lhe puxando para fora. — Seu telefone. — Pediu depois que se fechou a porta do elevador.Os olhos de Elizabeth perderam o foco, e tremula começou a assimilar o que havia
— Liz, seu irmão está na linha. — Durante a madrugada, enquanto dormia, lhe pareceu ouvir Cléo chamar...— Liz.— Ouviu novamente.— Me deixe. — Elizabeth resmunguou sonolenta.— Liz por favor, é importante. — Cléo falou. Elizabeth reuniu toda a energia que tinha,sentou sobre a cama direcionando um olhar mais longo para a amiga, que já não estava de pijama. Que horas eram?— Mato você se não for importante. — Elizabeth ameaçou estendendo a mão para pegar o telefone. — Oi. — Azeda, falou assim que encostou o aparelho ao ouvido. Um bocejo escapou de sua boca, e os olhos pareciam menores do que o costume.— Tudo bem? — Theodor estava nervoso.— Sério, me acordou para saber se estou bem? — Elizabeth devolveu incrédula. — Não, eu...é que...— Theo gaguejou.— Theo, aconteceu alguma coisa? — Estranhando seu comportamento, Elizabeth perguntou. — Theo. — Chamou alarmada.—Estou indo para a clínica agora, Naninha sofreu um acidente. — Theo contou. Mãos no volante, olhos para frente..não qu
— Então é esse acontecimento maluco que Cléo mencionou. — Perante a revelação do pai, Theo comentou distraído. " Meu amigo, se está ligando para fazer conversa, desaconselho, aconteceram maluquices hoje...nos deixe dormir, ligue quando o sol raiar" Cléo havia lhe dito quando atendeu o telefone de sua irmã.Theo não fazia ideia do que poderia ser aquele acontecimento, e nem se preocupou em perguntar já que havia uma preocupação maior, mas lá estava o motivo.— Então foi aquela maluca que me chamou de ladra. — Elizabeth constatou irritada. — Quem ela pensa que é? — Bradou pensando no estado catatonico que ficou sua casa, do temor que sentiu, da ansiedade e também do trabalho desnecessário que Allarick estaria tendo. — Quem ela pensa que é? — Então sua voz subiu uma oitava.— Por favor Elizabeth, se acalme. — Anderson pediu quando a filha passou a andar de um lado para outro. — Alícia perdeu a mãe recentemente, por isso o descontrole. N