O Jogo de Poderes
Carlos
Eu estava de volta ao meu escritório, observando a cidade lá fora pela janela de vidro que cobria uma parede inteira. As luzes dos prédios brilhavam contra o céu noturno, criando um cenário que parecia refletir a tensão que eu carregava dentro de mim. O encontro com Isabela, mais cedo, havia me deixado inquieto. Ver a maneira como ela reagiu às minhas provocações, tentando manter o controle, só reforçou o que eu já sabia: nós dois estávamos presos em um jogo muito maior do que poderíamos admitir.
Meu celular vibrou sobre a mesa. Peguei o aparelho e, ao ver o nome na tela, senti uma pontada de irritação. Letícia. Ela parecia estar sempre presente nos momentos mais inoportunos.
— O que é? — atendi, sem tentar esconder o aborrecimento na minha voz.
— Preciso te ver — a voz dela soou calma, mas com uma nota de urgência que me fez franzir o cenho.
— Agora não é um bom momento, Letícia — tentei cortar, mas ela insistiu.
— É sobre a fusão e sobre Isabela. Tenho algo