~ BIANCA ~
— Você é sim — as palavras saíram automáticas, desesperadas. — Para com isso, Nico. Não é engraçado.
Mas mesmo enquanto dizia aquilo, mesmo enquanto as palavras deixavam meus lábios, elas não pareciam reais. Não pareciam verdadeiras. Havia algo fundamentalmente errado nelas, como quando você tenta encaixar uma peça no lugar errado de um quebra-cabeça e sabe que não está certo mas força mesmo assim.
Porque de repente, quando tentei buscar pela prova, quando tentei procurar em minhas memórias por evidências do nosso relacionamento, do nosso noivado, de qualquer coisa que confirmasse o que eu acreditava ser verdade sobre nós, vi algo diferente. Vi um rosto que não era o de Nico. Um homem com cabelos mais escuros, olhos diferentes, sorriso diferente. Ele estava dizendo algo que eu não conseguia ouvir mas que fazia meu peito apertar com uma dor antiga e familiar, uma dor que eu reconhecia mesmo sem entender completamente de onde vinha.
E então outra imagem se sobrepôs: o teste d