~ BIANCA ~
A adega era exatamente como eu imaginava que seria — pequena, rústica, com paredes de pedra antiga que mantinham a temperatura constantemente fresca mesmo no inverno rigoroso lá fora. O cheiro era inebriante: madeira de carvalho envelhecida, uvas fermentadas, terra úmida. Havia algo reconfortante naquele espaço, algo que fazia meu peito se acalmar de uma forma que eu não conseguia explicar.
Nico acendeu algumas lâmpadas penduradas no teto baixo, lançando uma luz dourada e suave que criava sombras dançantes nas paredes irregulares. Barris de madeira de diferentes tamanhos estavam dispostos em fileiras apertadas, alguns empilhados uns sobre os outros, outros alinhados ao longo das paredes. Prateleiras de metal sustentavam garrafas cobertas de poeira, etiquetas escritas à mão marcando anos e variedades.
Era apertado. Muito apertado.
— Precisamos reorganizar estes barris aqui — disse Nico, apontando para um canto onde vários barris estavam amontoados de forma desorganizada. — A