~ MARCO ~
Estendi o envelope para ele, aquele gesto simples carregando o peso de anos de história, de decisões, de um futuro sendo redefinido naquele exato momento.
Christian olhou para o envelope por um longo momento, como se estivesse processando não apenas o que aquele objeto representava, mas também tudo que levara até aquele ponto. Então suspirou fundo, um som que parecia carregar tanto alívio quanto melancolia, e pegou o envelope lentamente, quase reverentemente.
Observei em silêncio enquanto ele abria o envelope com cuidado, desdobrava a carta que eu tinha escrito e reescrito diversas vezes até encontrar as palavras certas, e lia minha carta de demissão. Curta. Direta. Respeitosa. Mas definitiva de uma forma que as tentativas de afastamento anteriores nunca tinham sido.
Quando terminou de ler, ele dobrou a carta cuidadosamente, colocou-a de volta no envelope, e ficou segurando-o no colo, seus olhos encontrando os meus com uma intensidade que me fez segurar a respiração.
— Acho