NATÁLIA
Eu sabia. Eu sabia que tinha que ir.
Então, eu me virei e fui embora de lá, o mais rápido que pude. Ao contrário da noite em que Ricardo me parou, ninguém cruzou meu caminho.
Eu continuei a andar, incapaz de compreender o que tinha acontecido. Minha mente estava em branco e meu corpo, frio.
Quando cheguei perto da fronteira, uma voz finalmente me chamou.
— Natália! Para onde você vai?
Minha respiração parou na garganta. As lágrimas ardiam na parte de trás dos meus olhos. Eu me virei, encarando Ana que estava correndo em minha direção.
— O que há de errado?! — Ela ofegou, parando na minha frente.
— Eu… Ele não me ama. Ele—Ele ainda a ama. Eu não sei o que... — Eu solucei, minha voz quebrando no final.
Esquecendo o que aconteceu entre nós, eu a abracei. A lava cozinhando dentro de mim borbulhou em forma de lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Ela esfregou minhas costas, deixando-me chorar em seu ombro.
Eu finalmente sabia o que sentia. Era como se meu coração tivesse se