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Capítulo 5. Notícia Falsa

Ele verificou seus sinais vitais e soube que estava bem, mas achou melhor inserir um cateter e aplicar soro em sua corrente sanguínea.

— É melhor ela tomar soro, assim não ficará desidratada, também apliquei um analgésico e um anti-inflamatório. Será que o casal já foi embora?

Parecendo responder a sua pergunta, o guarda do dia chegou e aproximou-se deles.

— Aconteceu de novo?

— Sim, Tobias. Só que dessa vez a tortura foi diferente, deixaram ela cega. — contou Lia.

— É muita raiva e ressentimento para causar tanta dor em uma criatura indefesa. E agora, o que faremos, falta pouco para o conselho julgá-la.

— Sim, se a torturarem novamente, talvez ela não resista. — disse Lia.

— Vai ver é isso mesmo que eles querem. — comentou o médico.

Tobias tomou uma decisão, foi até a jovem e pegando-a no colo, pediu ao médico que trouxesse o soro e saiu com ela dá cela, subiu pelas escadas e levou-a para a ala dos empregados.

Ainda era cedo e ninguém os viu passar. Colocaram-na em um quarto pequeno, no final do corredor, afastado dos outros. Ali, ela ficaria presa e ninguém a encontraria, já que ela ainda não tinha sua loba e, portanto, não tinha cheiro.

Ela foi bem cuidada, alimentada e assistida, estando no quartinho. Suas feridas estavam cicatrizando, mas ela não enxergava. No início, quando acordou e percebeu o que tinha acontecido com seus olhos, só queria chorar, lamentando seu infortúnio, mas o médico pediu que se controlasse, para não piorar a situação.

Drucila se manteve afastada, não queria ver o resultado do que fez com a irmã, sentia que estava diferente e sua desconfiança foi confirmada pelo seu macho que sentiu o cheiro dos filhotes em seu ventre.

Então, ela arrumou a cilada para o Alfa. Colocou um sonífero poderoso na bebida que o alfa sempre tomava, antes de ir deitar e dormir. Naquela noite, ele nem percebeu que dormiu pelo poder da droga e quando acordou com batidas fortes na porta, assustou-se com a fêmea deitada sobre seu peito e seu corpo sujo como se tivesse feito sexo.

Os gritos de seu beta, uniram-se às batidas na porta.

— Alfa Saulo, acorde, é urgente.

— Já estou indo.

Empurrou a fêmea com tanta força que ela caiu da cama.

— Ai, amor, por que fez isso depois de termos uma noite tão maravilhosa.

— Fomos drogados, Saulo. — disse Soul, em sua mente.

— Você se lembra de alguma coisa?

— Não, por isso sei que fomos drogados, cheire a fêmea e veja se a desgraçada tem nosso cheiro nela.

Saulo foi até Drucila, segurou-a pelo braço e a suspendeu até acima de sua cabeça e sentiu um cheiro estranho que não era o dele, mas de outro e ela estava prenha.

Largou-a e o baque do corpo no chão foi audível até para Leonel, do outro lado da porta, provocando novas batidas e gritos. Saulo foi até a porta e abriu-a com força, mesmo estando nu.

— O que é tão importante?

— Carl foi encontrado morto na floresta, esfaqueado.

— Onde?

— Perto da cachoeira, não tocamos em nada, esperando para você ver, primeiro.

Saulo olhou para Drucila, ainda no chão, se contorcendo de dor e ordenou:

— Leve essa desgraçada para a masmorra. Parece que a família toda está contaminada.

Drucila gemeu, segurando a barriga e implorou:

— Me ajuda, Saulo, estou com muita dor, posso estar perdendo nosso filhote.

— Você pode até estar perdendo seu filhote, mas com certeza, não é meu. Leve-a e mantenha-a na cela, trancada.

— Mas o que ela fez de tão terrível?

— Me drogou e tentou armar que dormiu comigo, mas está prenha de outro.

Leonel aproximou-se da fêmea e inspirou o ar, sentindo o cheiro que emanava dela, franziu a testa e cheirou de novo.

— Não é o seu, Alfa, mas me é familiar.

Saulo pegou um pires sobre a mesa arrumada para o café, furou uma veia no pulso e deixou cair o sangue, não muito, só o suficiente para fazer um exame toxicológico.

— Leve isso para o laboratório, vou ver o corpo. Carl era um bom guardião, quem fez isso pagará com a própria vida.

Pulou a janela e quando pousou no chão, já era Soul, que correu em disparada para o local onde ainda estava o corpo e quando chegou, o corpo já fedia, mas deu para sentir o cheiro natural do lobo e era parecido com o cheiro que sentiu em Drucila e seu filhote.

— Maldita fêmea encrenqueira.

Ele rodeou todo o lugar e assim como sentiu próximo a casa onde houve o assassinato de seu Beta, sentiu ali, o cheiro muito distante de Drucila. Mas como da outra vez, não podia usar isso como prova.

— Podemos levar o corpo, Alfa.

— Sim, mas guardem tudo que estiver com ele.

— Sim, Alfa. A família dele já foi avisada e não sabemos como justificar esse ataque.

— Isso não foi um ataque, foi um assassinato de alguém de dentro.

Saulo voltou para casa e Leonel contou que Drucila já estava em uma cela, mas trouxe outra notícia:

— Trancamos Drucila, chamamos o médico para a atender e percebemos que Larissa não estava na cela.

Saulo franziu a testa e Soul já estava na superfície.

— Como assim, ela fugiu?

O tico e teco de Saulo já tecia várias suposições, inclusive de ser ela a assassina de Carl.

— Ela não fugiu, é pior do que isso.

— Como pode ser pior, ela também foi morta?

— Quase…

— Árh…— rosnou Soul — conte tudo de uma vez, pare de enrolar.

— O doutor cuidou de Drucila, deu-lhe um calmante e quando nos viu comentando sobre o sumiço da prisioneira, nos levou a outro corredor e nos mostrou o local onde a estavam torturando. Trouxe o que encontrei caído no chão. O doutor disse que usaram nela, ontem.

Leonel tirou um saquinho do bolso, com uma boa quantidade de alfinetes e entregou ao Alfa.

— O que fizeram com isso?

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