A voz que soava atrás dele era encantadora e doce. Álvaro olhava para o braço que envolvia sua cintura, enquanto seus músculos se tensionavam e sua laringe se movia involuntariamente para cima e para baixo, com o coração pulsando aceleradamente.
Subitamente, ele se lembrou de que seu paletó estava molhado, e que Dalila, ao abraçá-lo, poderia umedecer suas próprias roupas.
Ele se virou, se desvencilhou de seus braços e jogou o paletó no chão.
Dalila observava seus movimentos, com lágrimas de mágoa escorrendo:
— Então você realmente não gosta de mim. Abraçar você agora se tornou um luxo? Álvaro, você sabe o quanto é doloroso amar alguém em segredo? Seu idiota.
Essas palavras, em circunstâncias normais, jamais seriam pronunciadas por Dalila.
Mas, ela estava completamente embriagada.
Cada palavra e ação emergiam puramente de sua imaginação e instinto.
Até aquele momento, ela ainda acreditava estar sonhando, pois sabia que nunca conseguiria realmente abraçá-lo.
Álvaro calmamente desabotoava