“Lisandra”
Eu fui para o apartamento me sentindo a estranha no ninho. Eu estava me sentindo tão fora de contexto naquela empresa e quando entrei no apartamento me senti fora de contexto ali também. Não parecia mais o lugar confortável onde eu me senti em casa. Olhei ao redor me sentindo magoada e sobrecarregada.
O Patrício sempre disse que eu ficava me metendo em tudo e desde que ele chegou essa manhã eu me sentia exatamente assim, uma intrometida. Talvez eu devesse procurar um novo emprego. E talvez eu devesse ter aceitado o apartamento que o meu pai me ofereceu, mas eu queria ter o mínimo de coisas dadas por ele, queria provar que poderia me virar bem sozinha e que poderia crescer por meus próprios méritos, nem o carro que ele queria me dar eu aceitei.
Por enquanto estava muito confortável pra mim, pois o Flávio sempre levava a Manu para o trabalho e eu pegava uma carona, e quando ele não levava, nós usávamos o carro dela.
Hoje nós usamos o carro dela, e eu voltei para casa de metrô