“Lisandra”O Patrício não havia ficado muito satisfeito com o fato de eu ter conversado com a Virgínia no dia anterior. Ele disse que estava preocupado que ela conseguisse estragar o nosso relacionamento, mas eu o assegurei que ela não conseguiria. E ela não conseguiria mesmo, principalmente agora que eu sabia que ele me amava. Depois do trabalho nós fomos para a casa dele outra vez e nós dormimos em sua cama, o que significava muito depois de tudo.Mas depois da conversa com o Rick eu havia ficado cismada, aquilo parecia fazer sentido de alguma forma. Manu e eu conversamos com a Melissa e ela disse que solucionaria isso pra gente. Ela daria um jeito de descobrir o que estava acontecendo.- Já voltou do momento fofoca, meu doce? – O Patrício saiu da sua sala assim que eu me sentei e eu ri.- Esqueci que o meu chefe gosta de me ver na minha mesa. – Brinquei com ele, que sorriu.- Na verdade ele prefere te ver na mesa dele. – Ele me deu um beijo enquanto eu ria. – Vou encontrar um clien
“Patrício”O Alessandro, O Rick e eu chegamos ao clube para encontrar o nosso cliente. Jogamos uma partida de tênis e trataríamos dos negócios durante o almoço. Depois do tênis eu precisei atender a uma ligação e acabei me enrolando, quando entrei no vestiário para tomar um banho os outros já estavam saindo.- Encontro vocês no restaurante. – Falei com o Alessandro e entrei.Eu estava debaixo do chuveiro e senti um par de mãos no meu abdômen. Mais o que era isso? Me virei bruscamente e quem estava ali, completamente nua, era a Virgínia.- Bombom, que saudade! – Ela tentou se aproximar de novo, mas eu a afastei.- O que você está fazendo aqui? Que absurdo é esse? – Falei ríspido e percebi que ela se sobressaltou, mas não recuou.- Bombom, eu estou aqui por você! Deixa eu te lembrar o quanto você me ama. – Ela falava com a voz mansa, como se não tivesse nada errado ali.Eu desliguei a ducha, puxei a toalha e enrolei na cintura. Eu estava olhando para ela sem acreditar no que ela estava
“Patrício”O Flávio estava me olhando com a mão no quadril e estava até meio vermelho, parecia nervoso e prestes a entrar em uma guerra.- Quem veio atrás da Lisandra? – Perguntei e caminhei em direção a ela, que parecia estar grudada na cadeira, pois não se levantou para me abraçar como sempre fazia.- Aquele cretino do Guilherme Pontes! – O Flávio esbravejou e o nervosismo tomou conta de mim.- O que aquele traste quer vindo atrás da minha namorada? – Perguntei sentindo uma certa aflição.- Aquele idiota veio cobrar o casamento! Exigir que a Lisandra honre a palavra da minha mãe e se case com ele! – O Flávio estava irado e eu também. – Cara, eu não sei onde a minha mãe estava com a cabeça.- Aquele estúpido perdeu completamente a razão? O que ele tem na cabeça? – Perguntei, sentindo a irritação crescer dentro de mim. – Meu doce, você atrai problema assim que coloca os pés fora do escritório, é impressionante! Você não vai mais sair sozinha desse escritório.- Patrício, ele veio aqui
“Patrício”A Cíntia afirmou com tanta segurança que foi a Manu quem havia autorizado a entrada do Guilherme, que se todos ali não conhecessem muito bem a Manu a dúvida teria pairado sobre ela, mas era impossível que a Manu fizesse algo assim. E a Manu não deixou barato.- É Sra. Manuela pra você, senhorita mentirosa! – A Manu respondeu com a voz firme. – Eu nunca autorizei essa entrada.- Sra. Manuela, é melhor dizer a verdade. Eu só liberei a entrada do Sr. Pontes porque a senhora autorizou. – A Cíntia olhava de forma incisiva para a Manu.- Mas é muita cara de pau! – A Manu revidou. – Eu nunca autorizei essa entrada!- Pois eu digo que autorizou. Patrício, você me conhece, sabe que eu estou aqui há mais de um ano e faço o meu trabalho certinho... – A Cíntia tocou novamente no meu ombro e tentou buscar o meu apoio. A Lisandra me olhava com os olhos irados e então se levantou.- Veja bem, senhorita, primeiro que pra você é Sr. Guzman e não Patrício. Segundo que a Manuela jamais libera
“Guilherme”Eu precisava pensar em uma forma de me aproximar da Lisandra, mas pelo visto não seria naquela empresa. E no apartamento que a Sabrina me deu o endereço ela não aparecia há dois dias, eu estava vigiando. O jeito seria ficar de olho no prédio onde ela estava trabalhando e a seguir quando ela saísse.- Ai, que chato, Gui! Por que a gente tem que ficar aqui? – A Sabrina reclamou ao meu lado no carro.- Porque a Lisandra está lá dentro e eu preciso dar um jeito de me aproximar dela. – Respondi pela terceira vez.- Mas isso é muito chato! Ficar dentro do carro vigiando... – Eu não sei porque eu concordei em trazer a Sabrina comigo. Mas ela reclamou tanto que estava entediada e que poderia me ajudar que eu acabei concordando. Mas até agora a única utilidade que ela teve foi para me dar o endereço do Flávio.- Sabrina, você não precisava ter vindo, mas insistiu muito. Então agora aguenta. Fica quietinha, fica! – Eu estava atento ao movimento daquele prédio, mas nada de anormal ti
“Virgínia”O Patrício me deixou meio confusa naquele vestiário. Depois que ele saiu, eu levei um minuto ou dois para me mexer. Eu me vesti e saí de lá, voltei para o hotel e felizmente a Taís não estava. Eu me deixei cair na cama e fiquei pensando sobre o que tinha acontecido. O Patrício não reagiu a mim, não reagiu ao meu corpo, isso era novidade. Antes ele sempre me queria e agora...Mas teve mais, ele me disse que estava com nojo de mim. Isso foi horrível! Quando eu decidi voltar eu pensei que o encontraria me esperando, triste por eu ter partido, como eu vi nos olhos dele no dia em que fui embora. Mas não foi o que eu encontrei. Mas o que aconteceu? Ele não podia ter me esquecido assim. Será que ele descobriu as coisas que eu fiz? Só se... não, mas quem sabia não contaria e a minha família não tinha contato com ele.O telefone do quarto chamou e eu atendi, esperava que não fosse a Taís querendo que eu saísse.- Senhorita, aqui na recepção tem uma Srta. Lascuran que deseja vê-la. –
“Melissa”Eu estava sentada diante de uma mulher que havia sido minha amiga, mas, naquele momento, ela parecia uma estranha. A Virgínia estava mais magra, com olheiras e certamente estava chorando quando eu cheguei naquele hotel. Ali na minha frente ela estava desconfiada, cheia de segredos e parecendo carregar um segredo pesado demais. Seja lá o que ela tenha feito, por onde ela tenha andado, com certeza era algo que a encheria de vergonha diante de nós.Eu cheguei até a ter pena, mas eu me lembrei de como o Patrício ficou e me lembrei do meu pai me dizendo desde que eu ainda era uma criança: “Melissa, você precisa aprender, você é livre nessa vida para escolher o que quiser, mas saiba que as suas escolhas terão consequências, boas ou ruins a depender do que você escolha, e você vai ter que lidar com elas sozinha”. E era isso, a Virgínia fez escolhas e estava lidando com as suas consequências.- Eu não sei se eu quero te contar a verdade, afinal, você não é um padre confessor. – Foi
“Lisandra”Depois da visita inesperada do Guilherme eu fiquei muito nervosa, mas o Flávio ficou ainda mais. Ele resolveu que precisávamos conversar com nossos pais para que eles interviessem e tentassem resolver com os pais do Guilherme, então, depois do trabalho, nós nos reunimos na casa do Flávio e da Manu e depois do jantar o Flávio expôs a situação.Eu estava mais do que desconfortável com aquilo, mas percebi o constrangimento da minha mãe. Ela havia começado tudo aquilo. Ela já havia me dito que queria que eu me casasse para não pensar mais no Patrício, que, na época, estava ainda com a outra.- Meu deus! Eu não pensei que isso se tornaria um problema. – Minha mãe lamentou de cabeça baixa.- Mas se tornou, mãe. E poderia ter diso muito pior se o Flávio e eu não tivéssemos intervido e se o Flávio não tivesse tirado a Lisandra de casa. – O Raul estava tão nervoso quanto o Flávio.- Você sempre soube, mãe, o tipo ordinário que o Guilherme é. Como você pensou que ele pudesse servir p