“Rick”Eu estava muito cansado, a reunião que tivemos à tarde parecia não ter fim, e não vou nem falar da visita da Taís e da Virgínia ao escritório, aquilo foi como abrir a porta do inferno e soltar os demônios, foi tenso, aborrecedor e desnecessário. Felizmente já era final do dia, talvez eu ligasse para o PH e o Thales, eu estava precisando sair um pouco e eles eram boas companhias, o PH sempre tinha um lugar interessante para sugerir.- Rick! – Percebi que o Alessandro estava me chamando e saí dos meus devaneios. – Está no mundo da lua?- Desculpe, Alessandro, mas hoje eu não estou no meu melhor dia. – Respondi ao meu amigo e chefe.- Efeito Taís? – O Alessandro perguntou.- Eu estou me perguntando o que essa mulher veio fazer aqui. Depois desse tempo todo. – Olhei para o Patrício e ele estava mudo no fundo do elevador. – O que você acha, Patrício?- Eu não acho, eu tenho certeza que o que quer que elas foram fazer quando foram embora deu muito errado e elas estão voltando com o r
“Rick”Desde que a Taís foi embora eu estava tentando me reerguer. Eu a adorava, desde os tempos da faculdade. Eu ainda me lembro da primeira vez que a vi, durante um intervalo entre as aulas. Eu estava conversando com um professor que havia acabado de dar uma aula, eu havia entregue um trabalho e ele estava satisfeito com o que eu tinha feito.A Taís entrou na sala às pressas e ignorando totalmente a minha presença começou a tentar persuadir o professor a lhe dar dois pontos extras para que ela não fosse reprovada na matéria dele. Ela usou todos os argumentos que um aluno geralmente usa e ela não desistiria. Eu a achei tão linda e tão persistente, que enquanto olhava pra ela falando com o professor e me ignorando completamente eu acabei elevando a voz e dizendo ao professor que poderia tirar dois pontos meus e dar pra ela. O professor achou aquilo uma piada, mas vendo o meu interesse naquela garota ele resolveu me ajudar. Ele deu dois pontos pra ela e me tirou dois e disse a ela que
“Rick”Eu saí daquele hotel e quando entrei no carro liguei para o PH. Eu precisava beber. Combinamos de nos encontrar num bar, eu disse a ele que precisava de um lugar agitado essa noite e ele marcou num badaladíssimo bar da moda. Um lugar caro, ricamente decorado e cheio de mulheres lindas. Avistei o PH e o Thales sentados numa mesa que tinha uma visão privilegiada de todo o local e logo que cheguei o garçom já trouxe uma rodada de bebidas, um whisky de excelente qualidade.- Meu amigo, hoje você se superou, esse lugar é incrível. – Comentei.- Eu acho que é o melhor que conheço, Rick! – O PH falou. – E eu achei que hoje você precisava de um pouco de glamour. Vai, conta, o que houve?Contei para ele e o Thales o que havia acontecido, eles me escutavam atentos e sérios. O PH e o Thales eram de excelentes famílias, ambos nascidos em berço de ouro, estavam acostumados a ser cortejados pelo que tinham e não pelo que eram e, assim como eu, não gostavam disso e reconheciam um oportunista
“Lisandra”O Patrício não havia ficado muito satisfeito com o fato de eu ter conversado com a Virgínia no dia anterior. Ele disse que estava preocupado que ela conseguisse estragar o nosso relacionamento, mas eu o assegurei que ela não conseguiria. E ela não conseguiria mesmo, principalmente agora que eu sabia que ele me amava. Depois do trabalho nós fomos para a casa dele outra vez e nós dormimos em sua cama, o que significava muito depois de tudo.Mas depois da conversa com o Rick eu havia ficado cismada, aquilo parecia fazer sentido de alguma forma. Manu e eu conversamos com a Melissa e ela disse que solucionaria isso pra gente. Ela daria um jeito de descobrir o que estava acontecendo.- Já voltou do momento fofoca, meu doce? – O Patrício saiu da sua sala assim que eu me sentei e eu ri.- Esqueci que o meu chefe gosta de me ver na minha mesa. – Brinquei com ele, que sorriu.- Na verdade ele prefere te ver na mesa dele. – Ele me deu um beijo enquanto eu ria. – Vou encontrar um clien
“Patrício”O Alessandro, O Rick e eu chegamos ao clube para encontrar o nosso cliente. Jogamos uma partida de tênis e trataríamos dos negócios durante o almoço. Depois do tênis eu precisei atender a uma ligação e acabei me enrolando, quando entrei no vestiário para tomar um banho os outros já estavam saindo.- Encontro vocês no restaurante. – Falei com o Alessandro e entrei.Eu estava debaixo do chuveiro e senti um par de mãos no meu abdômen. Mais o que era isso? Me virei bruscamente e quem estava ali, completamente nua, era a Virgínia.- Bombom, que saudade! – Ela tentou se aproximar de novo, mas eu a afastei.- O que você está fazendo aqui? Que absurdo é esse? – Falei ríspido e percebi que ela se sobressaltou, mas não recuou.- Bombom, eu estou aqui por você! Deixa eu te lembrar o quanto você me ama. – Ela falava com a voz mansa, como se não tivesse nada errado ali.Eu desliguei a ducha, puxei a toalha e enrolei na cintura. Eu estava olhando para ela sem acreditar no que ela estava
“Patrício”O Flávio estava me olhando com a mão no quadril e estava até meio vermelho, parecia nervoso e prestes a entrar em uma guerra.- Quem veio atrás da Lisandra? – Perguntei e caminhei em direção a ela, que parecia estar grudada na cadeira, pois não se levantou para me abraçar como sempre fazia.- Aquele cretino do Guilherme Pontes! – O Flávio esbravejou e o nervosismo tomou conta de mim.- O que aquele traste quer vindo atrás da minha namorada? – Perguntei sentindo uma certa aflição.- Aquele idiota veio cobrar o casamento! Exigir que a Lisandra honre a palavra da minha mãe e se case com ele! – O Flávio estava irado e eu também. – Cara, eu não sei onde a minha mãe estava com a cabeça.- Aquele estúpido perdeu completamente a razão? O que ele tem na cabeça? – Perguntei, sentindo a irritação crescer dentro de mim. – Meu doce, você atrai problema assim que coloca os pés fora do escritório, é impressionante! Você não vai mais sair sozinha desse escritório.- Patrício, ele veio aqui
“Patrício”A Cíntia afirmou com tanta segurança que foi a Manu quem havia autorizado a entrada do Guilherme, que se todos ali não conhecessem muito bem a Manu a dúvida teria pairado sobre ela, mas era impossível que a Manu fizesse algo assim. E a Manu não deixou barato.- É Sra. Manuela pra você, senhorita mentirosa! – A Manu respondeu com a voz firme. – Eu nunca autorizei essa entrada.- Sra. Manuela, é melhor dizer a verdade. Eu só liberei a entrada do Sr. Pontes porque a senhora autorizou. – A Cíntia olhava de forma incisiva para a Manu.- Mas é muita cara de pau! – A Manu revidou. – Eu nunca autorizei essa entrada!- Pois eu digo que autorizou. Patrício, você me conhece, sabe que eu estou aqui há mais de um ano e faço o meu trabalho certinho... – A Cíntia tocou novamente no meu ombro e tentou buscar o meu apoio. A Lisandra me olhava com os olhos irados e então se levantou.- Veja bem, senhorita, primeiro que pra você é Sr. Guzman e não Patrício. Segundo que a Manuela jamais libera
“Guilherme”Eu precisava pensar em uma forma de me aproximar da Lisandra, mas pelo visto não seria naquela empresa. E no apartamento que a Sabrina me deu o endereço ela não aparecia há dois dias, eu estava vigiando. O jeito seria ficar de olho no prédio onde ela estava trabalhando e a seguir quando ela saísse.- Ai, que chato, Gui! Por que a gente tem que ficar aqui? – A Sabrina reclamou ao meu lado no carro.- Porque a Lisandra está lá dentro e eu preciso dar um jeito de me aproximar dela. – Respondi pela terceira vez.- Mas isso é muito chato! Ficar dentro do carro vigiando... – Eu não sei porque eu concordei em trazer a Sabrina comigo. Mas ela reclamou tanto que estava entediada e que poderia me ajudar que eu acabei concordando. Mas até agora a única utilidade que ela teve foi para me dar o endereço do Flávio.- Sabrina, você não precisava ter vindo, mas insistiu muito. Então agora aguenta. Fica quietinha, fica! – Eu estava atento ao movimento daquele prédio, mas nada de anormal ti