“Patrício”Como era bom esse sentimento que a Lisandra me despertava! E era maravilhoso parar de remar contra a corrente, aceitar que eu a amava e poder dizer isso pra ela. Eu nunca havia experimentado nada assim antes, nenhum sentimento tão forte, tão definitivo, que nada poderia mudar. E ela já havia deixado claro há muito tempo o que ela sentia por mim, eu era correspondido na mesma intensidade e ela nunca teve medo de dizer que me amava.Amor! Agora eu dizia que a amava com tanta segurança, porque eu sabia que não eram palavras ditas a esmo ou ditas no calor de uma emoção e nem mesmo no auge da paixão fugaz e passageira. Era amor, aquele que vem, chega sem avisar, assusta demais por causa do seu tamanho, mas não vai embora nunca mais.Eu puxei a Lisandra de volta para dentro do quarto e só me afastei dela por um breve momento, só para fechar a porta e as cortinas. Depois eu a levei para a poltrona e me sentei ali com ela.- Pra você! – Puxei a caixa de presente para perto dela. –
“Lisandra”Eu estava vivendo o maior sonho da minha vida, o Patrício se declarando pra mim, me enchendo de beijos e surpresas. Nem nos meus melhores sonhos tinha sido tão bom, tão lindo, tão perfeito. Mas agora eu estava segurando essa caixinha, um pouco nervosa, sem imaginar o que poderia haver ali que fosse tão especial quanto as nossas fotos. Então eu abri a caixinha e dentro havia um chaveiro com algumas chaves e um controle de portão eletrônico.O chaveiro era lindo, dourado, e tinha um relicário em forma de coração. Abri o relicário e dentro tinha uma foto nossa de um lado e do outro uma gravação que dizia: “Eu preciso de você aqui!”Olhei para o Patrício com a mente em branco, aquilo era tão óbvio, mas ao mesmo tempo tão incrível que eu estava flutuando entre o ver, o entender e o compreender. E o Patrício percebeu isso.- Meu doce, são as chaves dessa casa! Eu quero que você possa ir e vir quando quiser e quero que você se sinta em casa. Mais do que isso, eu quero construir me
“Patrício”Acordei com a certeza de que a felicidade é uma moça bonita, com longos cabelos pretos e olhos brilhantes e que sabe dançar no pole dance. Eu estava vivendo no meu pedaço de paraíso e ele era melhor do que eu imaginei.Minha namorada estava agarrada a mim, com a cabeça no meu peito e a mão sobre o meu abdômen. Eu queria acordá-la com beijos, mas ao mesmo tempo eu queria deixá-la dormir, pois eu tinha sido muito exigente, mas eu não conseguia parar de beijá-la e eu sentia um desejo me consumindo como fogo. Não que tivesse passado, eu sentia esse fogo ardendo dentro de mim pela Lisandra o tempo todo. Mas eu a deixaria dormir, ela precisava descansar.O quarto estava totalmente escuro, as cortinas ainda estavam fechadas. Eu não tinha a menor idéia da hora, mas também nem queria saber. Me aconcheguei a minha namorada linda e fechei os olhos, revendo em minha cabeça cada momento da noite anterior, especialmente enquanto ela voava naquele pole dance, era lindo demais.Não foi mui
“Virgínia”Nunca imaginei que o Patrício iria me esquecer assim tão depressa. Mas, também, quando eu fui embora eu não imaginei que fosse me arrepender tanto. Só que, quando as coisas aconteceram, parecia tão certo, parecia ser o melhor, o Patrício já não era o que eu queria. Mas a verdade é que eu cometi um erro atrás do outro e a coisa virou uma bola de neve. Meus pais me deram as costas e até o meu irmão estava sem falar comigo. Quando foi que tudo deu errado pra mim?Na verdade eu sabia quando tudo tinha dado errado.As coisas começaram logo depois que a Taís foi trabalhar para o Heitor, um dia, muito por acaso, eu estava saindo do salão, havia acabado de fazer as unhas, e vi a Taís entrando num restaurantezinho bem discreto. Resolvi ir cumprimentá-la e quando entrei no restaurante a peguei beijando um sujeito que eu não conhecia.Eu me aproximei e ela reagiu muito naturalmente, me apresentou o homem, que na verdade era um cliente do seu antigo trabalho. Ela me pediu para ser disc
“Lisandra”Eu estava olhando aquelas duas mulheres saindo do elevador como se tivessem sido convidadas. Nenhuma das duas tinha vergonha na cara, especialmente a tal de Taís. Elas apareciam aqui como se nunca tivessem ido embora.- Oi, gente! – A Virgínia abriu um sorriso e cumprimentou todo mundo.- O que vocês estão fazendo aqui? – A voz do Rick era grave, sem nenhum traço de humor ou aquela leveza que ele sempre tinha.- Nós dois precisamos conversar, Ricardo! – A tal da Taís era muito cara de pau mesmo.- Conversar? – O Rick bufou. – Quando eu quis conversar você não quis, Taís, então agora conversa com o meu advogado. Eu não tenho nada para falar com você.A Virgínia estava olhando o Patrício abraçado a mim, com uma cara de desgosto que me deixou até incomodada. E quando ela falou, ela me ignorou completamente.- Patrício, eu gostaria de falar com você. – Ela se aproximou do Patrício, que continuava com o braço em volta da minha cintura.- Eu não tenho nada pra falar com você, Vir
“Patrício”Depois que os seguranças saíram dali com a Taís e a Virgínia eu me virei para a Lisandra e ela estava chorando de novo, tudo o que eu não queria. Ela se afastou e foi até o Rick.- Você está bem? – Ela estava preocupada com ele e eu também estava, pois ele ainda estava com dificuldade para superar o que a Taís fez.- Eu vou ficar bem, gata! E você? – O Rick segurou os ombros dela e a encarou.- Eu também vou ficar. Mas eu não entendo como vocês se meteram com essas duas. – Ela falou para o Rick e ele riu.- Nem eu entendo! Elas são como ouro de tolo, já ouviu falar? Brilham como ouro, mas não tem o mesmo valor. – Ele respondeu e a abraçou. – Mas o Patrício tem sorte, ele tem você e pela cara dele, ele está preocupado com você. Não permita que ela te abale.Ela saiu do abraço do Rick e se virou pra mim, me encarou por um momento, limpou as lágrimas do rosto e se aproximou.- Sr. Guzman, na sua sala, agora! – Ela falou séria e eu estremeci, ela estava chateada e com razão.El
“Lisandra”A cada dia que eu estava com o Patrício eu me sentia mais feliz e sentia que ele era cada vez mais meu. Mas depois da última noite, todas as surpresas que ele me preparou, tudo o que ele me falou, eu tinha certeza de que enfrentaria o mundo por ele e tinha muita certeza de que mulher nenhuma iria tirá-lo de mim.- Manu, vamos lá na confeitaria tomar um café? Estou com uma vontade de comer algo bem doce. – Chamei a minha cunhada.- Hum, vamos, eu também sinto essa vontade. – Ela riu.Nós saímos do escritório e atravessamos a rua, nos sentamos em uma mesa e fizemos o nosso pedido. Enquanto esperávamos o nosso café, contei para a Manu sobre a surpresa do Patrício e todas as coisas lindas que ele me falou.- Cunhadinha, você tem razão, a Mel sabe das coisas. Ela é incrível! – Comentei e a Manu sorriu.- Ela é mesmo. Sabe que eu queria muito fazer algo legal por ela. A Mel já me ajudou tanto!- Ela te deu a maior força com o meu irmão, não é?- É, sim. – Manu suspirou.- Vamos p
“Rick”Eu estava muito cansado, a reunião que tivemos à tarde parecia não ter fim, e não vou nem falar da visita da Taís e da Virgínia ao escritório, aquilo foi como abrir a porta do inferno e soltar os demônios, foi tenso, aborrecedor e desnecessário. Felizmente já era final do dia, talvez eu ligasse para o PH e o Thales, eu estava precisando sair um pouco e eles eram boas companhias, o PH sempre tinha um lugar interessante para sugerir.- Rick! – Percebi que o Alessandro estava me chamando e saí dos meus devaneios. – Está no mundo da lua?- Desculpe, Alessandro, mas hoje eu não estou no meu melhor dia. – Respondi ao meu amigo e chefe.- Efeito Taís? – O Alessandro perguntou.- Eu estou me perguntando o que essa mulher veio fazer aqui. Depois desse tempo todo. – Olhei para o Patrício e ele estava mudo no fundo do elevador. – O que você acha, Patrício?- Eu não acho, eu tenho certeza que o que quer que elas foram fazer quando foram embora deu muito errado e elas estão voltando com o r