“Patrício”Depois que a Lisandra chegou, foi como se as coisas se acomodassem. Eu percebi que ela estava entrando numa espiral de ansiedade e eu precisava acalmá-la e foi o que fiz. Fui até ela e a deixei saber que estava tudo bem. Ela não fez nenhuma reclamação, nenhuma exigência, não pediu nenhuma explicação para o meu comportamento deplorável dessa manhã. Apenas me fez uma única pergunta e foi como se ela soubesse de tudo, de todos os meus medos, todos os meus anseios. Deus, não era possível uma mulher ser mais perfeita!Sim, o que eu procurava estava bem na minha frente. Foi por ela que eu procurei a vida inteira, era ela o que eu queria da vida, era ela a mulher com quem eu queria dividir a vida.Eu a mantive dentro do meu abraço e senti que aos poucos ela foi relaxando. Todos nos observavam, embora as conversas continuassem na sala, enquanto estávamos ali de pé apenas nos reconectando. E eu fiquei abraçado a ela e ela a mim até que o Romano avisou que o jantar estava servido.O
“Lisandra”Eu achei tão estranho a tia Lucinda sair da mesa assim que o Patrício se levantou que só podia estar acontecendo alguma coisa e eu fiquei inquieta, mas o jeito que a Melissa observou a situação, era como se ela tivesse percebido algo que eu não vi. Então eu ouvi a voz do Patrício, alta, irada, e uma frase que gelou os meus ossos. “Não me chama de bombom”, foi o que ele disse. Eu me lembrei do dia em sua sala que ele me disse que não gostava de bombons. Isso significava alguma coisa e alguma coisa que eu não queria descobrir, mas precisava.Eu saí da mesa num impulso, nem me preocupei em pedir licença e tampouco dei atenção à minha mãe que ficou me chamando como se me repreendesse. Cheguei à sala e vi aquelas duas mulheres ali, eu não as conhecia, mas as ruiva, ah, essa eu tinha uma boa idéia de quem era. E eu ainda a ouvi dizer que ele a amava e que eles poderiam continuar de onde pararam.Eu senti uma dor lancinante, como se uma navalha cortasse a minha carne, e quando eu
“Patrício”Eu não ia deixar a Lisandra ir embora, ela não! Eu faria exatamente o que ela disse, afinal eu realmente não queria a Virgínia, nem na minha casa e nem na minha vida.- Virgínia, sai da minha casa. Eu não te amo, Virgínia, o que tinha entre nós acabou! Agora sai daqui, você e a sua amiga. – Ergui os meus olhos para ela, sem soltar a Lisandra, eu não arriscaria soltá-la, ela poderia sair dali.- Patrício, nós precisamos conversar. Você me deve pelo menos isso! – A Virgínia estava de brincadeira? Era muita falta de noção!- Eu não te devo nada! Agora sai daqui! – Falei com ainda mais segurança.- O que é isso, Patrício? Você não tem nenhuma consideração? Me escuta, pelo que vivemos juntos. – A Virgínia havia perdido completamente a razão, não é possível que ela pensasse que eu voltaria para ela.- Mel, por favor, não deixa a Lisandra ir embora. – Olhei para a Melissa e ela concordou.- Vai lá e faz o que precisa fazer, palerma! – Melissa concordou e eu soltei a Lisandra.- Ri
“Lisandra”Enquanto o Patrício levava aquela ruiva para fora, o nervosismo tomou conta de mim. Ele poderia mudar de idéia e perceber que não a queria fora da vida dele. Eu comecei a tremer e a Melissa percebeu. Ela me abraçou e me levou para o sofá, no caminho pediu ao Romano que me trouxesse um copo de água com açúcar. Ela me fez sentar e se sentou ao meu lado e depois me entregou o copo que o Romano trouxe.- Bebe, Lisa, vai ajudar você a se acalmar. – Ela falava com calma. Eu não entendi como água com açúcar me acalmaria, mas eu bebi mesmo assim. – Lisa, me escuta, ele é seu! Para de sofrer!Eu a olhei grata por suas palavras e rezando para que ele realmente fosse meu. Meus lábios tremiam e ela insistia para que eu bebesse a água. Mas o Patrício se aproximou e se ajoelhou ali em minha frente e ele me garantiu que não queria a ex namorada. Então, foram todos embora.Estávamos apenas o Patrício e eu na casa dele e ele me disse que tinha uma surpresa pra mim. Eu estava querendo abraça
“Patrício”Como era bom esse sentimento que a Lisandra me despertava! E era maravilhoso parar de remar contra a corrente, aceitar que eu a amava e poder dizer isso pra ela. Eu nunca havia experimentado nada assim antes, nenhum sentimento tão forte, tão definitivo, que nada poderia mudar. E ela já havia deixado claro há muito tempo o que ela sentia por mim, eu era correspondido na mesma intensidade e ela nunca teve medo de dizer que me amava.Amor! Agora eu dizia que a amava com tanta segurança, porque eu sabia que não eram palavras ditas a esmo ou ditas no calor de uma emoção e nem mesmo no auge da paixão fugaz e passageira. Era amor, aquele que vem, chega sem avisar, assusta demais por causa do seu tamanho, mas não vai embora nunca mais.Eu puxei a Lisandra de volta para dentro do quarto e só me afastei dela por um breve momento, só para fechar a porta e as cortinas. Depois eu a levei para a poltrona e me sentei ali com ela.- Pra você! – Puxei a caixa de presente para perto dela. –
“Lisandra”Eu estava vivendo o maior sonho da minha vida, o Patrício se declarando pra mim, me enchendo de beijos e surpresas. Nem nos meus melhores sonhos tinha sido tão bom, tão lindo, tão perfeito. Mas agora eu estava segurando essa caixinha, um pouco nervosa, sem imaginar o que poderia haver ali que fosse tão especial quanto as nossas fotos. Então eu abri a caixinha e dentro havia um chaveiro com algumas chaves e um controle de portão eletrônico.O chaveiro era lindo, dourado, e tinha um relicário em forma de coração. Abri o relicário e dentro tinha uma foto nossa de um lado e do outro uma gravação que dizia: “Eu preciso de você aqui!”Olhei para o Patrício com a mente em branco, aquilo era tão óbvio, mas ao mesmo tempo tão incrível que eu estava flutuando entre o ver, o entender e o compreender. E o Patrício percebeu isso.- Meu doce, são as chaves dessa casa! Eu quero que você possa ir e vir quando quiser e quero que você se sinta em casa. Mais do que isso, eu quero construir me
“Patrício”Acordei com a certeza de que a felicidade é uma moça bonita, com longos cabelos pretos e olhos brilhantes e que sabe dançar no pole dance. Eu estava vivendo no meu pedaço de paraíso e ele era melhor do que eu imaginei.Minha namorada estava agarrada a mim, com a cabeça no meu peito e a mão sobre o meu abdômen. Eu queria acordá-la com beijos, mas ao mesmo tempo eu queria deixá-la dormir, pois eu tinha sido muito exigente, mas eu não conseguia parar de beijá-la e eu sentia um desejo me consumindo como fogo. Não que tivesse passado, eu sentia esse fogo ardendo dentro de mim pela Lisandra o tempo todo. Mas eu a deixaria dormir, ela precisava descansar.O quarto estava totalmente escuro, as cortinas ainda estavam fechadas. Eu não tinha a menor idéia da hora, mas também nem queria saber. Me aconcheguei a minha namorada linda e fechei os olhos, revendo em minha cabeça cada momento da noite anterior, especialmente enquanto ela voava naquele pole dance, era lindo demais.Não foi mui
“Virgínia”Nunca imaginei que o Patrício iria me esquecer assim tão depressa. Mas, também, quando eu fui embora eu não imaginei que fosse me arrepender tanto. Só que, quando as coisas aconteceram, parecia tão certo, parecia ser o melhor, o Patrício já não era o que eu queria. Mas a verdade é que eu cometi um erro atrás do outro e a coisa virou uma bola de neve. Meus pais me deram as costas e até o meu irmão estava sem falar comigo. Quando foi que tudo deu errado pra mim?Na verdade eu sabia quando tudo tinha dado errado.As coisas começaram logo depois que a Taís foi trabalhar para o Heitor, um dia, muito por acaso, eu estava saindo do salão, havia acabado de fazer as unhas, e vi a Taís entrando num restaurantezinho bem discreto. Resolvi ir cumprimentá-la e quando entrei no restaurante a peguei beijando um sujeito que eu não conhecia.Eu me aproximei e ela reagiu muito naturalmente, me apresentou o homem, que na verdade era um cliente do seu antigo trabalho. Ela me pediu para ser disc