Preciso de um tempo sozinho...
– Me admira como ela conseguiu a vaga no hospital, que sempre foi tão seletivo com a escolha dos profissionais.
– Provavelmente por influência do pai dela, Renê. Um médico de carreira que possui vários contatos.
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Empurrei a porta da sala de depoimentos, sentindo o ambiente frio e opressivo que me aguardava. Ao entrar, meus olhos fixaram imediatamente em Emily, que estava algemada e sentada atrás de uma mesa, uma sombra da mulher que eu conheci. Um policial permaneceu em pé no canto nos observando em silêncio, como se soubesse que a conversa ali seria tensa. Me aproximei lentamente. Emily estava com o cabelo desgrenhado e os olhos avermelhados. Uma mulher totalmente estranha para mim, que em nada se lembrava da antiga colega de trabalho. Uma mulher estranha, presa em um ciclo de comportamentos agressivos e autodestrutivos que a levaram até ali.
– Renê… que bom te ver aqui… suas lágrimas caiam com um sinal de desespero. – Eu não queria, eu juro que não queria… eu me arrependo de