Roxy olhou para Bianca:— Então... Se não vieram por causa da Fabiana, será que o alvo é a Casa do Príncipe de Bermines?— Não sei. — Bianca não conseguia analisar com certeza. Afinal, tudo o que sabiam era que alguns homens com forte aura de matança haviam entrado na capital, sem outras informações. — Vou pedir ao Madeira que reforce a defesa da nossa casa. Amanhã vou levar Niko à escola e vou pedir que Madeira fique com alguns homens de guarda do lado de fora por alguns dias, até que esses indivíduos deixem a cidade.Em qualquer caso, o melhor era ser cautelosa. Agora que Isaac e Arthur estavam fora à serviço, era melhor prevenir do que se arrepender depois. Mesmo que parecesse exagero, não havia espaço para confiar na sorte.Naquele mesmo dia, Madeira começou a organizar a defesa. Havia quinhentos soldados de guarda sob o comando da Casa do Príncipe, algo que causava certo incômodo ao Imperador, mas que, na prática, era extremamente útil.Como agora, bastava dar ordens para que a de
O rosto da senhora estava pálido como a morte, a chuva havia encharcado seus cabelos e roupas. Nessa aparência tão desolada, claramente não queria ser vista por ninguém, então cobriu o rosto com a manga e disse baixinho para Bianca:— Muito obrigada, muito obrigada.— Não precisa agradecer. Senhora, a queda foi grave? — Perguntou Bianca.— Não muito... Ai! — Ela tentou mover o pé, mas uma dor aguda veio do tornozelo esquerdo, fazendo-a soltar um grito involuntário.— Acho que torceu o pé. — Bianca a ajudou a se levantar. A serva, vendo a cena, correu para apoiá-la também, mas suas mãos estavam cobertas de sangue, provavelmente feridas quando tentou amortecer a queda no chão áspero e pedregoso.Bianca franziu a testa e disse:— Minha carruagem está logo ali na frente, tenho remédios e emplastros nela. Que tal virem comigo? Posso cuidar dos ferimentos de vocês lá.A senhora hesitou:— Isso... Isso não seria incômodo demais? Nem sei quem é a senhora...Bianca respondeu:— Sra. Giulia, meu
A carruagem parou no canto norte da Escola do Cordeiro, e a carruagem da Casa da Igualdade seguiu logo atrás para evitar um bloqueio no tráfego.A chuva começou a aumentar, e a multidão também crescia. O pé da Giulia, machucado, tornava impossível descer agora e voltar para sua carruagem. Ela teve que esperar até que as carruagens que estavam levando as crianças para a escola se dispersassem.— A Sra. Giulia veio levar o filho para a escola? — Bianca sabia que ela havia adotado um filho, mas não sabia qual era a idade dele.— Sim, é o primeiro dia dele na escola, então vim com ele. — Quando falou do filho, Giulia esboçou um sorriso, e sua expressão ficou bem mais natural.—Quantos anos ele tem? Como se chama?Giulia respondeu:— Tem sete anos, se chama Reinaldo Forte.Roxy riu e comentou:— Com esse nome, dá para saber que ele vem de uma família de soldados.Giulia ficou pensativa por um momento, e a tristeza nos seus olhos não pôde ser escondida. Ela respondeu suavemente:— Meu marido
Bianca chamou Roxy para ajudá-la a colocar Giulia em suas costas e, então, correu rapidamente de volta até a carruagem.— Fique aqui, eu vou encontrar o brinco, pode deixar comigo.Giulia tremia por completo, seu cabelo encharcado de água, e seu rosto estava tão molhado que não dava para distinguir se era lágrima ou chuva. Seus lábios tremiam muito enquanto falava;— Por favor, por favor, encontre, não me deixe sem ele...— Não desça! — O tom de Bianca ficou mais sério. — Cuide de sua saúde, você tem que deixar ele descansar em paz lá em cima.Giulia, em um momento de dor, cobriu o rosto e começou a chorar.Bianca pediu ao cocheiro que cuidasse dela e seguiu de volta para procurar.Cerca de meia hora depois, as carruagens começaram a se dispersar, mas a chuva não parava. O céu estava escuro e ameaçador. Juntamente com os cocheiros da Casa da Igualdade, quatro pessoas já estavam com as costas doendo e sem conseguir mais procurar, mas ainda assim, o brinco não havia sido encontrado.Quan
Renato comprou um enfeite de cabelo de ouro e o colocou em uma caixa. Ao voltar para casa, perguntou aos criados e soube que Sasha estava no quarto de sua mãe. Ele foi diretamente até lá.Quando entrou, encontrou Sasha segurando a caixa de joias. Ao vê-lo, ela se levantou imediatamente, com uma expressão cautelosa, e perguntou:— Irmão, não era para você estar de serviço hoje? O que está fazendo aqui?— Para você. — Renato entregou a caixa a ela, com uma expressão indiferente. — Comprei um enfeite de cabelo com a compensação que te deram.Sasha estava desconfiada e perguntou:— Comprou um enfeite de cabelo para mim? Por que comprou isso?Ela apertou a caixa contra o peito. Nos últimos dias, ele tinha insistido para que ela devolvesse a tiara de rubis, mas agora ele estava lhe dando um enfeite de cabelo?— Para complementar seu visual, e também por causa dos esforços de cuidar de nossa mãe esses dias... Enfim, aceite. — Renato se virou e olhou para sua mãe na cama. — Mãe, como se sente
Quando Renato voltou para casa, as criadas e servas já haviam conseguido separar as duas mulheres, mas ambas estavam visivelmente abatidas. Seus cabelos estavam soltos e bagunçados, suas roupas rasgadas, e seus rostos estavam cheios de marcas de unhas e tapas. Pareciam mulheres barraqueiras brigando nas ruas, sem qualquer dignidade.A Sra. Guerra estava sentada na cadeira, respirando pesadamente. Ela olhou para Sarah com raiva e disse:— Ela está prestes a se casar, você feriu o rosto dela, como ela vai sair de casa agora?Sarah, sentada no chão, estava em prantos, se sentindo profundamente injustiçada e perdida.Renato entrou rapidamente, levantando Sarah do chão e lhe entregando um cheque de pratas. Ele disse:— A tiara de rubis foi devolvida, pegue o seu dinheiro de volta.— Renato, você enlouqueceu? — A Sra. Guerra se levantou bruscamente, irritada. — Devolver uma joia que já foi comprada? O que as pessoas vão pensar da Casa do General?— Vá pegar de volta a minha tiara! Eu não que
Renato olhou profundamente para Fabiana, seus olhos gelados como a água de um rio sem fim. Com uma calma tensa, ele disse:— Eu realmente gostaria que você me dissesse que não fez aquelas coisas na cidade L.Fabiana soltou uma risada fria:— Ah, você me despreza mesmo por causa do que houve na cidade L? Não, você me despreza porque fui capturada nas montanhas da região Mash, porque fui desfigurada. Você acha que eu não sou pura, mas posso te garantir, eles não me tocaram.Renato balançou a cabeça com pesar, explicando:— Não, o que aconteceu nas montanhas da região Mash, eu sinto por você. Eu só não consigo aceitar o que você fez em cidade L.Fabiana riu com escárnio:— Pare de mentir para você mesmo! Você realmente acha que eu fiz algo errado na cidade L?— Você não acha que errou? — Renato exalou com dificuldade. — Depois de tudo, você ainda não percebe o que fez de errado?Fabiana não estava usando o véu, e a luz das lamparinas revelava o contraste de sua face, sua metade desfigurad
Renato disse:— Mesmo sendo pessoas da região Caleste, são civis inocentes. Tivemos um acordo de não machucar civis, isso é uma promessa dos superiores para com os súditos, que é benéfica para as populações de ambos os reinos. E você, ao massacrar uma aldeia, não pensou que os civis da Fortaleza de Letuch também poderiam ser massacrado?Fabiana deu uma risada irônica e, com um olhar cheio de desprezo, falou:— Sendo um comandante militar, você ainda faz essa pergunta, Renato? Na verdade, você não serve para o campo de batalha. Você é bondoso demais, sem capacidade de execução. Se não fosse por mim, qual seria o seu mérito? Até mesmo diante do Grande General Adauto, foi graças a minha insistência que você conseguiu a autorização para enviar tropas para cidade L e queimar os armazéns de grãos, caso contrário, você nem teria o crédito de ter queimado os armazéns. Você conseguiu seu mérito porque eu consegui o meu. Eu assinei o tratado, e você, como comandante das tropas de reforço, recebe