O jogo da vingança

O relógio parecia não andar. Eu estava sentada na beira da cama, olhando fixamente para o vazio. O que fazer agora? A dor da traição ainda estava fresca, mas algo dentro de mim começou a mudar. Eu não seria mais a vítima. Eu não queria mais ser a frágil Lilith que todos poderiam pisar. Eu queria ser a força, queria ser a que controla o jogo, a que manipula tudo a seu favor.

— Pelo amor, eu era a rainha da escola, eu posso ter o controle de volta.

A raiva fervia dentro de mim como um fogo, queimando tudo o que estava ao meu redor, até minha própria sanidade. Eu tinha uma sensação de poder que nunca havia experimentado antes. Eu sabia que precisava dar um passo à frente e começar a agir. Henry e Isabella pensaram que eu fosse fraca, que eu fosse cair e me render. Mas eles estavam enganados. Eles não sabiam com quem estavam lidando.

Comecei a pensar em como faria com que todos pagassem. Henry, Isabella, até minhas “amigas” que haviam me abandonado tão facilmente. Não seria apenas uma vingança qualquer. Seria algo calculado, algo que eles nunca esqueceriam.

A primeira coisa que fiz foi mudar a minha postura. Eu iria agir de maneira fria, distante, imperturbável. Não mais a garota que se importava com os outros. Eu iria mostrar a eles o quão forte eu realmente era. Não me importaria com o que pensassem de mim, ou com as palavras que me feriam. Eu tinha algo mais importante agora: controle.

No dia seguinte, fui para a escola. Quando entrei na sala, todos os olhos se voltaram para mim, como sempre. Mas algo estava diferente. Eu estava diferente. Eu mantinha a cabeça erguida, o olhar frio e impassível. Nada poderia me atingir agora. Nada.

Henry tentou me falar durante o intervalo. Eu o ignorei. Ele veio atrás de mim, mas eu não olhei para ele. Ele estava desesperado, tentando se aproximar, mas eu só pensava em como faria ele sofrer pela dor que me causou. Ele teria que pagar. Ele teria que sentir o peso da minha raiva.

— Lilith, por favor, me escuta… — Ele pediu, mas sua voz não me comovia mais. Eu não era mais aquela garota que aceitava desculpas esfarrapadas.

— Me escutar? Para quê? Para ouvir mais mentiras? Não, Henry. Eu já ouvi tudo o que precisava ouvir. — Respondi, minha voz fria, sem qualquer emoção.

— Lilith por favor!

Ele tentou me pegar pelo braço, mas eu o empurrei com força. Ele ficou chocado, como se nunca tivesse visto essa versão de mim antes.

— Eu não sou mais a sua Lilith, Henry. Você me perdeu. — Disse, e não pude evitar o sorriso que apareceu em meu rosto. Era um sorriso de vingança, um sorriso que dizia que agora eu estava no controle. Eu não era mais a que chorava por ele. Eu era a que fazia as regras agora.

Isabella apareceu logo atrás de Henry, com aquele sorriso arrogante no rosto. Ela sabia que ele estava me perdendo. E, apesar de tudo, isso me deu uma satisfação estranha. Eu estava tomando de volta o que era meu. Eu não seria mais a segunda opção. Eles iriam aprender a lição da maneira mais difícil.

— Está tudo bem, Henry? — Ela perguntou, com um tom de superioridade que me fazia querer rir.

Mas não. Eu não iria dar o gosto de mostrar que ela estava me afetando. Eu ia brincar com ela, com todos. Eles estavam começando a perceber, mas ainda não sabiam o que estava por vir.

— Está ótimo. — Respondi, antes de virar as costas e seguir meu caminho, deixando ambos para trás, sem nem olhar para eles.

No dia seguinte, fui até a sala de aula e comecei a agir de forma ainda mais fria e distante com todos. Fui dando pequenas alfinetadas em Isabella, plantando sementes de dúvida e desconfiança entre ela e as outras pessoas. Eu sabia como manipulá-la. Sabia que ela acreditava estar no topo, mas eu poderia derrubá-la com facilidade.

Eu comecei a perceber que as coisas estavam mudando. As pessoas estavam começando a se afastar de Isabella não totalmente, mas algumas pessoas sim, e Henry, apesar de se aproximar de mim com desculpas, estava perdendo a confiança dos outros. Ele estava sendo visto como o traidor, e eu estava sendo vista como alguém que se ergueu da dor, alguém que agora era forte.

— Mesmo que a escola ainda não soubesse que Henry e Isabella havido me traído “fisicamente”, mas eles sabiam que Henry era um traidor, e Isabella também.

A vingança não estava apenas acontecendo por causa de Henry e Isabella. Ela estava se espalhando, afetando todos ao redor. As “amigas” que me abandonaram estavam agora desconfortáveis perto de mim, como se sentissem que algo sombrio estava prestes a acontecer. E estava.

Eu não ia me contentar apenas com Henry. Eu faria com que todos eles soubessem o que acontecia quando se mexia com a pessoa errada. A vingança não seria apenas sobre o passado, mas sobre o que eu estava me tornando.

No fundo, sabia que o caminho que eu estava escolhendo seria solitário. Mas, talvez, fosse o único caminho que eu poderia seguir agora.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App