Tinham passado dez dias quando ela voltou a abrir os olhos e encontrou uma imagem distorcida do teto por cima dela, mais alto e mais visível do que antes, mas ainda indefinido. A sua visão ainda estava muito afetada, embora melhorasse.
Havia murmúrios à sua volta, que ela não conseguia identificar o que diziam, e aquele cheiro. Aquele cheiro outra vez.
Ou melhor, aqueles cheiros, não era só um. Ela sentou-se com um sobressalto, sentindo todos os ossos do corpo a ranger, e uma onda de dor invadiu-a, fazendo-a perder as forças. Braços envolveram-lhe a cintura e alguém se sentou atrás dela, encostando-lhe as costas ao peito masculino.
O cheiro doce que sentira daquela vez chegou-lhe ao nariz e ela levantou a cabeça numa tentativa inútil de perceber quem era.
-Calma, mãe, não te esforces- Nicolas acariciou os braços da pequena loba e beijou-lhe o topo da cabeça. Uma felicidade inata invadiu-o e o perfume que ela exalava fê-lo querer estar ao seu lado o máximo de tempo possível.
-Ma,