Capítulo 54. Mal-entendido
Eu queria ligar para Augusto e gritar. No contrato havia uma cláusula sobre humilhação pública e eu estava sofrendo uma.
Ainda não era uma traição, mas eu tinha certeza de que a “amiga” conseguiria o que queria. Era só uma questão de tempo, era só os dois ficarem sozinhos.
Para tentar controlar meu impulso de falar com Augusto, fui para a casa da minha tia. Era cedo. Depois de encher meu celular de mensagens, minha prima já estava dormindo, mas acabei acordando a coitada, porque eu precisava conversar.
— E o que ele falou? — perguntou assim que abriu os olhos, ainda com voz de sono.
— Nada, porque eu não perguntei.
— Como assim não perguntou?
— É uma foto velha. Eu estava com ele ontem em uma festa, e a mulher da foto, uma tal de Juliana, apareceu. Eles são amigos da época da faculdade, curtem pegação juntos e, pelo que me disseram, eram almas gêmeas. Parecem perfeitos juntos, sintonizados, bonitos... E depois de ficar escondida no banheiro, acabei ouvindo uma conversa entre os doi