Instintivamente, Poliana contraiu os quadris, sentindo o rosto esquentar.
— Seu bruto! Me solte! — Ela exclamou com raiva.
Gustavo a encarava com uma frieza assustadora.
— Eu e a Fernanda...
Ele tentou explicar novamente, mas Poliana fechou os olhos e começou a repetir sem parar:
— Não quero ouvir, não quero ouvir, não quero ouvir!
O peito de Gustavo subia e descia visivelmente com a irritação, mas, de alguma forma, ele estava se esforçando para manter a paciência. Seu pomo-de-adão se moveu, e ele elevou a voz para se fazer ouvir acima das palavras de Poliana:
— Eu e a Fernanda não temos absolutamente nada...
De repente, Poliana abriu a boca e começou a cantar, puxando a voz de uma maneira exagerada. A melodia era tão alta e desafinada que assustou os pássaros que se abrigavam da chuva nas árvores próximas.
Gustavo ficou completamente sem reação.
A mulher que, antes mesmo, estava furiosa e se recusava a escutar, agora, com seu súbito ataque de canto desafinado, parecia