LANA VALLHAM

A voz do professor na frente da turma desvaneceu-se à medida que o meu desejo de dormir tomava conta do meu cérebro. De repente, o sino sacudiu-me da minha sonolência e entrou na sala de aula.

Stressado com o trabalho de história que hoje devia fazer, fui deitar-me tarde ontem à noite e podia adormecer a qualquer momento. Espero ter uma boa nota, porque trabalhei demasiado para ter menos de um A. Estou a fazer o meu melhor para manter as minhas notas altas. Estou a fazer o meu melhor para manter todas as notas A e planeio mantê-las até à minha graduação.

Todos na sala de aula começam a correr para fora da porta, deixando-me para trás enquanto enfio todos os meus livros na minha mochila. Fecho-a e saio da sala de aula, ando até ao meu cacifo para pegar nas minhas coisas e vou para casa.

Ouço o meu telefone tocar no meu bolso. Ralhar-me mentalmente por não o colocar em silêncio, puxá-lo para fora e ler o identificador de chamadas.

Ericka

Ericka tem sido secretária dos meus pais desde que eu era pequena, por isso se ela telefonava então deve ter algo a ver com os meus pais. Sempre que eles precisam de entrar em contacto comigo, perguntam sempre a Ericka. Aperto o botão verde no ecrã do meu telefone para atender a chamada, e depois seguro o telefone ao meu ouvido.

—Olá?— digo para dentro do microfone e encosto-me ao cacifo ao meu lado.

—Lana, estás ocupada?— pergunta-me ele.

—Nem por isso, porquê?—. Eu respondo.

—Os teus pais vão ter um convidado especial esta noite às oito horas, por isso, chega a horas. Disseram-me para vos dizer que é um jantar importante.

Um jantar importante? Convidado especial? Parece interessante, mas também um pouco estranho, já que os meus pais nunca me tinham convidado para um grande jantar antes.

—E Gerson e Luisa? —Gerson é o meu irmão mais velho, e Luisa é a sua esposa. Eles estão casados e felizes há quase um ano.

—Eles também estão convidados—, confirma ele.

—Muito bem. Obrigado Ericka—, digo eu antes de terminar a chamada.

Pus as minhas coisas na minha mochila e fechei o cacifo para ver as minhas amigas, Susan Red e Dinora, já de pé junto ao meu cacifo. Somos amigos desde o ano de caloiro. Ambas namoram dois dos rapazes mais populares da escola.

Susan, a rapariga mais querida que conheço, namora com Fausto Wills. Ele é espantoso, sabe tocar qualquer instrumento e a sua voz é linda. Ambos tentam manter-se afastados do drama e estão juntos há alguns anos. Dínora, a pessoa mais atrevida que eu conheço, é a capitã da claque. Ela namora com Ernesto Baez desde o ano de caloiro. Havia muito drama na sua relação, mas muito foi causado por mal-entendidos.

Há um total de cinco pessoas no seu grupo: Fausto Wills, o génio da música, Ernesto Baez, o jogador de futebol, Jason Darius, o meu melhor amigo e a pessoa mais engraçada do planeta, Josh Lance, o jogador do liceu e irmão do modelo mundialmente famoso, e por último mas não menos importante, Kellan Prince, o capitão de futebol. Ele é a pessoa mais fixe que conheço e, por alguma razão, todas as raparigas estão apaixonadas por ele. Ele é o único filho de Florentino Prince, um dos bilionários mais conhecidos da América.

—Hey baby, estás pronto para o dia do jogo? —perguntou Dinora, que se apoiava no medalhão ao lado do meu.

Todas as primeiras segundas-feiras do mês, a nossa escola tem algo chamado DIA DO JOGO, onde temos muitas competições relacionadas com o desporto. Por exemplo, futebol, voleibol, basquetebol, e as líderes de claque vão para animar a maior parte dos jogos. Especialmente para os jogadores de futebol.

—Tão preparada—, sorrio para ela.

Sou uma corredora, mas hoje em dia não há competição de pista, por isso vou jogar voleibol. Sou muito boa nisso, por isso estou ansiosa pelo dia do jogo.

—Vais à festa hoje à noite?— pergunta Dinora. Ela é uma rapariga de festa, ela adora festejar. Pode encontrar essa rapariga bêbeda na pista de dança em qualquer festa, tal como Ernesto.

—Não, não posso—, respondi eu.

—Oh, porque não a Lana? A Susan vai, mas provavelmente vai sentar-se no sofá com o Fausto a comer aperitivos enquanto vê todos os outros a embebedarem-se—, Dinora tenta convencer-me.

Susan é a inocente, ela não gosta de beber nem de fazer barulho. Ela prefere ficar em casa com o namorado e ver filmes toda a noite.

—Jantar familiar importante—, digo eu enquanto ando pelo corredor.

—Quando foi a última vez que jantou com a sua família, Lana?— pergunta Susan.

—Nem sequer me lembro—, respondo rolando os meus olhos.

—Oh, está bem. Então não faz mal se não vieres—, disse Dinora.

Eles sabiam como o meu pai agia comigo. Ele obriga-me sempre a fazer qualquer coisa e nunca se preocupa com os meus sentimentos. Ele é uma aberração de controlo e uma pessoa sem coração.

Saímos pelas portas da escola, tanto Susan como Dinora correram para os seus namorados que estavam de pé com o resto dos seus amigos.

—Olá Lana, como estás?—. Jason cumprimenta-me antes de me abraçar.

—Bem, como estás? — pergunto eu e ele desliza o seu braço à volta do meu ombro.

—Tão bom como o tempo—, ele referia-se ao tempo de Los Angeles, que foi óptimo.

Josh começa a falar sobre a festa que vai ser realizada esta noite em sua casa. Todos estão muito entusiasmados. Eu fico em silêncio enquanto eles falam dos seus planos para esta noite. Quem me dera poder ir com eles, mas o plano era do meu pai e não posso mudar ou queixar-me de nada quando se trata dele.

Decidi desculpar-me para ir para casa mais cedo porque eles não falam de nada que eu possa relacionar de qualquer forma. Vou a pé para o parque de estacionamento e directamente para o meu carro. Arranco o motor e saio de carro. Só conseguia pensar em jantar. Deve ser importante se o pai também convidou o Gerson e a Luisa.