Mounir reparou que ela estava com a aliança dele, respirou fundo, ligou o carro — Ahhh por Alá, você vai acabar comigo, vai ficar de castigo, sem marido, não vou te deixar sozinha nunca mais. — Não é digna, da minha confiança. — Vamos levar a sua irmã pra casa e eu vou resolver isso. — Podemos dizer que ela está sem passaporte e por isso, não pode voltar para a casa do marido. Espontaneamente Inaya sorriu surpresa— Tudo bem, pode me castigar, eu mereço. — Pode se casar com a Dounia. Se jogou em cima dele, o abraçando — Serei grata pelo resto da vida, farei tudo o que você quiser. — Sou sua escrava e você é a minha alma, minha vida. Ele correspondeu sutilmente, sentindo a euforia dela, Baya estava andando um pouco a frente, eles a alcançaram, Inaya abriu o vidro sorridente — Baya, yalla! — Mounir vai te ajudar, você vai pra nossa casa. Desceu do carro em instantes — Yalla! Ele é justo, pode confiar nele. Baya ficou olhando exultante com medo — La! Vou ficar bem sozinha
Ela se agarrou a ele, ficou emotiva com medo dele voltar casado— Inshalá! Meu Amir Habibi, volte logo, você alegra os meus olhos, aquece os meus dias.— Que Alá abençoe a sua viagem, sinto muito, por ter feito tantas coisas erradas. Ele se afastou lentamente a olhando nos olhos fixamente, a beijou sutilmente na boca, respirou fundo também emotivo, mexido, confuso e querendo acreditar nela, abriu a porta — Yalla! Preciso ver a minha irmã, antes de ir. — Quero que você cuide bem da casa, e compre os móveis. — Faça pesquisas, quero tudo do bom e do melhor, uma decoradora vai te ajudar. — Se você realmente, tiver a intenção, de se desculpar com a Jamila, ela poderá te ajudar, muito!— E eu, ficarei muito mais calmo, enquanto trabalho. Estavam descendo as escadas, ela se aproximou pegando no braço dele, acariciando — Por você eu farei isso, mas olha, se ela vier me bater de novo. E
Saiu as deixando para trás, Baya correu se arrumar imitando Jamila, disse que não ia aceitar ser humilhada, foi para a casa dela, com Farrah, que logo voltou, dizendo que ela ia cuidar das crianças. Inaya ficou chateada em pensar que nunca seria bem tratada, pela cunhada, não fez nada o dia todo, ficou deitada assistindo, no final do dia, mandou uma mensagem para Mounir " Posso te mandar mensagens? Enquanto está fora ? " Ele estava ocupado, demorou quase uma hora e respondeu " Oii aconteceu alguma coisa? " Ela teve a sensação de que ele estava com a Dounia, não respondeu nada, tentou se conformar sozinha, quando Farrah foi embora, Inaya foi até a casa de Jamila, que era na mesma rua, avisou os seguranças e a moça, a acompanhou, quando ela tocou o interfone, Jamila saiu atender, ficou parada na porta séria — O que você quer, odalisca?— A sua irmã está muito ocupada! — É melhor voltar para sua casa. Inaya olhou para atrás dela, uma das crianças passando correndo, ficou séria ch
Inaya a acompanhou com o olhar, foi se deitar no outro sofá, com desleixo — Dançando, como a odalisca que sou.— Não é o que você pensa de mim? Cunhada? Jamila arqueou as sobrancelhas com ironia — Chama isso de dançar?— Pois nem isso, você sabe fazer. — Que Alá nos proteja. — Escuta bem, só vou falar uma vez e esperar pouquíssimos minutos. — Você quer ser acolhida? Ensinada?— Vou me dedicar a te ensinar tudo, bons modos, a cozinhar, agradar o homem, a ter respeito pelos mais velhos e os nossos costumes.— Coisas que já deveria saber, desde criança. — Enquanto o seu marido viaja, você vai me obedecer, eu não vou admitir mal comportamento. — Aprenda tudo o que é necessário, amadureça e seja forte, para me enfrentar, da maneira certa. — Quero lhe transformar na sua melhor versão.— Inshalá!— Vamos arrumar a casa, comprar os móveis, tapetes e te deixar muito bonita, ahhh e precisa aprender a dançar. — Se o seu casamento, depender da sua dança, coitadinha. — Agora, vá se troc
Ele sorriu surpreso— Eu não negaria, disso não tenho dúvidas Ayuni.— Vou precisar desligar, boa noite, que Alá a abençoe, durma bem e descanse. — Espero que realmente, esteja tudo bem. Ela se despediu garantindo que estava tudo certo, no dia seguinte teve que arrumar os quartos e o guarda roupa, Jamila a levou comprar tapetes e decorações mais típicas, passaram dois dias viajando, com as crianças, ficaram em um dos hotéis da família, Jamila a testou, perguntando se ela queria um biquíni, Inaya que realmente não tinha coragem de usar em público, respondeu com convicção — Laaa! É haram cunhada. — Gosto de me mostrar, só pro meu marido. — Para o Mounir, pode tudo. — Quero aprender a dançar melhor e colocar ele doidinho por mim. Jamila lhe mandou calar a boca, incomodada enciumada, mas caiu na risada, confessou que não gostava de se expor, enquanto elas se aproximavam, Inaya soube mais sobre os dois casamentos de Jamila e a conheceu melhor, viu que ela era muito correta, brava, e
Ele sorriu misteriosamente, a testando — Você verá quando entrarmos. Há uma pessoa especial lá que está ansiosa para vê-la.A decepção estampou-se no rosto de Inaya— Você não acha que eu deveria saber de tudo?— E se eu não quiser ir a essa festa? — Escuta aqui, Mounir, eu fiz tudo certo, aprendi até o que não era necessário para te agradar. — E agora você e sua família... sempre tramando contra mim. — Por Alá, que festa é essa? Cadê a minha irmã? Mounir deu um passo à frente e estendeu a mão— Estou muito orgulhoso de saber que você tem se esforçado. — Tenho rezado por nós todos os dias, pedindo para Alá nos abençoar.— Você não sabe como fiquei feliz ouvindo tantas coisas boas sobre você Habibiti. — Yalla, estão nos esperando. Você não confia em mim? — Quero poder confiar em você. — Até onde você iria por mim, por nós? Pelo nosso bem?— Quero que esteja ao meu lado, todos precisam ver que estamos nos harmonizando. — Você não ficou feliz comprando móveis, deixando sua casa
Mounir nasceu no Egito e foi morar no Brasil ainda criança. Quando seus pais morreram, Halim, seu tio, acolheu ele e sua irmã. Ele teve uma criação rígida baseada nos costumes e na religião. Sua família é tradicional, ainda que dividida entre o Egito e o Brasil. Ele sempre se esforçou muito. Quando atingiu a maioridade, foi estudar fora, na Europa. Na primeira oportunidade, retornou e virou ceo na rede de hotéis de seu tio, que já de idade avançada, queria vê-lo casado de qualquer forma.Quando ninguém via, ele não seguia a religião de fato e, ainda que com medo, às vezes cometia vários haram. Foi bastante influenciado pelos anos longe de casa, mas respeitava muito o tio, como se fosse um pai. Halim ficava nervoso só de imaginar que seu sobrinho não era um verdadeiro exemplo de homem.Halim estava fazendo vista grossa para a enrolação de Mounir em se casar e construir uma família. Usando a doença, arrumou várias pretendentes para ele. O chamou para ir viajar com a família e, ao notar
Ela começou rir envergonhada, ele acenou para o tio e o futuro sogro, falou baixinho só para ela ouvir- Então, está verdadeiramente interessada em se casar comigo?Ela ficou desconcertada séria, sem querer parecer desesperada- Como vou saber?- Não te conheço.Ele disse rindo, que também não sabia, perguntou se ela era apaixonada pelo ex noivo, pareceu debochado desrespeitoso, como se soubesse da história dela e o Rashid, muito nervosa, ela se afastou sem responder, o deixou falando sozinho.Depois ficaram trocando olhares curiosos o resto da festa, ela estava sem saber como se sentia referente a ele, sua irmã Baya ficou eufórica com a beleza e simpatia dele.Ela queria muito casar e por isso, insistia para a irmã casar logo, começou dar bons motivos para Inaya casar logo e se conformar com a sorte, porque ele era rico, bonito, educado e com certeza em algum momento iriam se amar.Mounir estava reunido com a família, comentou com o tio, que a achou a pretendente muito jovem, Halim s