Nuria
Fazia frio. Um frio que não vinha do ar, mas das paredes limpas demais daquele lugar.
A cela era grande, iluminada artificialmente, com cama limpa, banheiro privativo e uma bandeja com comida que parecia saída de um restaurante de luxo.
Mas ainda era uma cela.
A maçaneta não girava. A janela não abria. E a liberdade… essa estava trancada junto comigo.
Não toquei na comida. Nem água bebi. Sabia como o Supremo jogava. Às vezes, a arma era mais sutil que uma corrente.
E eu me recusava a facilitar o trabalho dele.