Narradora.
— Por favor… tente mais uma vez. — A voz de Emma saiu fraca, trêmula, quase implorando, enquanto o porteiro do edifício forçava mais uma vez a fechadura da porta de Thomas.
Seu coração batia com tanta força que mal conseguia ouvir o som metálico da ferramenta contra a tranca. Desde que escutara o áudio enviado por Victorio, seus nervos estavam em frangalhos. As palavras de Thomas, arrastadas pela embriaguez e pela dor, ecoavam em sua mente como marteladas. Ele falava com uma tristeza sufocante, se desculpando com a irmã, pedindo perdão pelas vezes que a magoou — e, então, veio a parte mais cruel: ele se despedia. Dizia que talvez a morte fosse o caminho mais fácil. Que não aguentava mais viver daquela forma.
Cada palavra havia perfurado o peito de Emma como uma lâmina afiada.
— Ele pode estar só blefando… — ela tentava repetir para si mesma, mas nem ela acreditava nisso.
Quando um segundo funcionário do prédio chegou, trazendo uma caixa de ferramentas pesada, os dois homen