Febre
“É inverno no inferno e nevam brasas...”
O que esse filho da puta está fazendo lá? Ele só pode estar indo se
encontrar com Ana, pensei sentindo o sangue ferver dentro de mim, girei a
chave na ignição e acelerei; pressionei um botão no painel para abaixar
os vidros, olhei pela última vez para aquele prédio e parti sem rumo,
cortando caminho pelas ruas.
A imagem de Marcos acariciando os grossos lábios de Ana,
passando as mãos pelos cabelos macios... agora era ele que sentia o
perfume de sua ninfa escarlate. Ana o encarava com desejo usando um
corpete de couro preto, marcando sua cintura, e uma calcinha preta a qual
estavam presas tiras que ligavam a meia-calça preta. Ela estava perfeita,
eu havia escolhido aquela roupa e agora a usava para outro.
Tentei afastar aqueles delírios da cabeça, não queria pensar mais.
Soltei o volante por alguns segundos e estapeei o rosto, tentando acordar
daquele pesadelo, o carro subiu pelo cordão da calçada, e com
movimento rápido gir