Até aquele momento, Davi já se encontrava extremamente fraco, mal conseguindo se manter de pé, enquanto apoiava a cabeça no ombro de Nanda.

Ele sabia há muito que seus crimes eram imperdoáveis e que não existia a menor possibilidade de um futuro ao lado de Nanda.

Movido por um sentimento fatalista, desejava apenas vê-la mais uma vez, abraçá-la mais uma vez antes do fim.

Antes do encontro, ele havia ingerido um veneno potente e, agora, chegava o momento de o veneno surtir efeito.

- Nanda, eu mereço este fim, é toda culpa minha. Me arrependo de muitas coisas, mas nunca de ter te conhecido. Morrer em teus braços... Isso não me traz nenhum arrependimento... - Disse Davi em frases cortadas, empregando todas as suas forças para abraçá-la por mais um segundo, vivendo cada instante como se fosse o último.

Nanda, com os olhos transbordando lágrimas, o encarou com furor:

- Davi, sempre cheio de artimanhas, o que vai tentar agora? Expressar seu amor por meio do autoflagelo? Não posso acreditar