A manhã chegou sem pressa, como se o mundo lá fora tivesse resolvido respeitar o silêncio íntimo do quarto. A luz escorria pelas frestas da cortina, um dourado pálido e quente que tingia o lençol amassado com tons de mel. O quarto ainda carregava o perfume da noite anterior, uma mistura de suor doce, perfume floral e promessas cumpridas entre sussurros e ordens.
O ar estava denso de lembranças. A cama, desfeita e quente, guardava o desenho dos corpos como se se recusasse a esquecê-los. O travesseiro de Irina ainda carregava o cheiro do cabelo dela, e o de Evan, amassado ao lado, era uma moldura suave para o braço forte jogado com abandono.
Foi Irina quem acordou primeiro. Sem pressa, sem sobressaltos. Os cílios bateram devagar, como se flertassem com a manhã antes de abri-l