CAÇADOR
Abro os olhos e encontro o quarto de hospital.
A primeira coisa que me vem ao pensamento é a flor branca, em seguida as maçãs. Nas minhas lembranças ela não comeu, mas e se eu tiver esquecido algo?
Nesse momento Felipe abre a porta e me pega descendo da cama.
— Deita ai, seu maluco! Não pode sair da cama.
— Onde ela está? Cadê ela? — pergunto, já de pé, e meio tonto.
— Florian? — ele me olha com dúvida.
— Não me chama da porra desse nome. Cadê a Branca? Ele comeu a porra da maçã?
— Não, foi só a Flor.
Suspiro de alivio.
— Que preocupação é essa com a mulher do Florian? Achei que ele apareceria, não você.
— Não é da sua conta.
E eu não faço ideia do motivo que me trouxe aqui. Prefiro acreditar que seja o fato do nosso corpo estar em perigo que uma inoportuna preocupação com aquela mulher.
— Parece que vocês estão se comunicando muito bem agora. Dividem até preocupações. — Ele fala, com um maldito sorrisinho de sarcasmo.
— Pois é. E a sua vida, já cuidou dela hoje?
Ele ri alto.