-POV: Artemísia-
Ylva estava em meus braços, o sangue escorrendo pelas vestes brancas, tingindo de vermelho tudo que antes era pureza. Sua respiração era fraca, entrecortada, como se cada fôlego fosse uma batalha.
— Não… — murmurei, pressionando o ferimento com a mão trêmula. — Você não vai partir. Não agora.
Ela tentou sorrir, mas o gesto se perdeu na dor. Seus olhos, ainda vivos, me encararam com uma ternura que rasgava o peito.
— Artemísia… — disse, com a voz rouca. — Você… é tudo que esperávamos. Tudo que o mundo precisa.
— Não fala assim — pedi, as lágrimas já escorrendo. — Eu ainda preciso de você. O mundo ainda precisa de você.
Ela ergueu a mão com esforço e tocou meu rosto, os dedos manchados de sangue.
— Não… o mundo precisa de você. Eu tenho fé em você. Você vai salvar todos nós.
— Ylva…
— Você vai salvar o mundo.
E então… Seus olhos se fecharam. O corpo perdeu o peso da alma.
Fiquei ali, segurando-a, como quem segura o último fio de esperança. Mas o fio havia se partido.
E