Linda
Ouço vozes a distância, meu corpo está pesado ao mesmo tempo leve, não sei como explicar, é como se eu fosse uma rocha de 2 toneladas flutuando. Minha boca está com gosto amargo e sinto sede, muita sede.
Tento abrir os olhos mas está difícil fazer isso. Então tento me concentrar nas vozes à minha volta.
— Você deveria saber o que ela tem, pois é o profissional. – Ouço a voz de Mariana.
— Sem fazer exames não temos como saber, como você mesma disse, ela veio dos Estados Unidos e lá está nevando, então o contraste de clima e uma má notícia pode ter feito sua pressão cair. Isso é normal. E quando foi que ela se alimentou? – Ouço outra voz masculina e não sei quem pode ser.
Sinto um cheiro de álcool e remédio, que me lembra hospital.
“Não, não pode ser!”
Solto um gemido e abro os olhos devagar, a luz forte do teto contrastando com as paredes brancas me deixa em pânico. Meu estômago revira e sinto ânsia de vômito, sinto mãos suaves nos meus ombros me acalmando.
— Oi gringa, que bom