— Ela está internada, Melissa.
— Meu Deus, Aurora!
Não conseguia sequer parar de tremer no tempo em que fazia a mala, não havia um plano ou uma escolha quando fechasse o zíper, mas de algum jeito retornaria ao Brasil. Peguei um conjunto de cabides e os joguei no pouco espaço, peguei alguns objetos na mesa de cabeceira que caíram no chão de tanto que eu tremia.
— Caralho! — xinguei e Melissa veio ao meu socorro, só que as lágrimas já haviam me paralisado. — Um princípio de enfarto, Mel. A fortaleza Ana teve um princípio de enfarto e eu não estava lá! Quase perco a minha mãe. — Deixei-me cair sobre seus braços, o choro abafado no seu peito. — Mel, será que ela ficou sabendo de tudo e por isso…
— Não, Aurora! — Ela me calou e senti a ausência de Ruben. Ele era um caval
— Nicholas Queen avisou que embarcaria nessa viagem — declarou ela, um segundo antes do ar trepidar.— Demorei mais cheguei. — E assim o diabo anunciou sua chegada em alto e bom tom, destilando seu veneno guiado por seus pés. — Como vai, Auroralinha?Elevei a cabeça encarando um sorriso largo e gozador.Puta que pariu!Nada na minha vida era simplesmente sereno, tudo, até mesmo as pequenas coisas se tornavam um vendaval num piscar de olhos.Inferno!Cobri o rosto com as palmas e quis chorar, meus últimos dias remavam numa maré frenética. Esgotada, era o meu estado, não havia força para travar nenhuma batalha.— Eu não sabia que nos acompanharia, Nick. — Ruben procurou uma explicação para aquela coincidência infeliz. — Tia Sara não mencionou sua presença.— E você não
— David, precisa de alguma coisa? — Jonh indagou assim que me viu entrar na cobertura, ele me conhecia a ponta de captar algo errado.E havia muita coisa errada, não pisava com tanta firmeza como devia, um mundo de dúvidas cercava a minha cabeça, afrontando o certo a se fazer.— Preciso ficar sozinho. — Joguei as chaves e o celular sobre o sofá e andei até o bar. — Me deixe sozinho, John — exigi novamente quando relutou em atender.— Certo, senhor.Esperei que deixasse a sala para só então encher o copo com o líquido âmbar. Mesmo ciente de que o álcool não eliminaria nada, a luta que acontecia internamente não cessaria nem se ingerisse uma garrafa inteira do uísque mais forte.— PORRA! — Lancei o copo na parede, espalmei as têmporas, sentindo meus pés afundarem em culpa.Eu era um poço de renúncias, egoísmo, soberba, existia a possibilidade de eu retornar ao hospital a qualquer momento e o garoto não estar mais lá. Sua alma fatalmente ter sido engolida por aquela doença maldita, seu a
Era indescritível a sensação, Enzo me desnorteou num primeiro momento, senti um frio no estômago, um desconforto e descontrole emocional, era o sentimento de uma primeira vez, algo novo, chocante. E ao mesmo tempo leve, revigorante, terno. Um misto perturbador de algo que não me preparei para receber.Segundo as informações da Eduarda, Enzo era uma criança alegre, inteligente, querida, que da noite para o dia se viu diante de um precipício. Isso, era exatamente assim que me sentia com os meus sentimentos — diante de um precipício.— Estranho!— Estranho? — perguntou ela.— Eu fiquei perdido. — Valéria soltou uma risada divertida e perguntou o motivo. — Ele é inteligente e esperto demais para uma criança de seis anos, apesar da estrutura física debilitada, tem um olhar forte, sólido e cativante, capaz de te fascinar, te prender. Ele perguntou se eu era o pai dele, como se tivesse me reconhecido e eu…— Você?— Não disse nada, porque não sou pai dele, o recusei. Não consigo separar as c
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com
Assim que entramos, inalei o cheiro divino de carne e a fome movimentou o meu estômago, seguimos em fila para o fundo da hamburgueria lotada, sendo difícil não apreciar cada detalhe, uma decoração retrô dos anos oitenta compunha cada pedacinho do lugar… SENSACIONAL!Como assim, morava em São Paulo, passeei diversas vezes pelo centro e nunca havia entrado ali? Aurora, sua distraída!Deixei a turma continuar e parei para olhar as fotos de um chinês abraçado a alguns artistas, o dono do lugar parecia ser importante.— Nossa, que lugar legal! — exclamei e me juntei ao grupo, admirada com tudo.Raica escolheu um cantinho bem ao fundo, onde não havia uma concentração muito grande de pessoas famintas.— Vocês já são muito bem-vindos! — sucateou um baixinho de olhos puxados e bandeja embaixo do braço. — Chill, Chill, vai rolar aquela porção de fritas grátis? — Raica esperta, tentou descaradamente.Chill fingiu se espantar, mas saquei que estava acostumado com o pedido.— Já querem falir o Chi
Aproveitei e voltei a respirar…Nossa, o que foi aquilo?Tentei raciocinar à medida que a máquina subia, só que as sensações que fluíam no meu corpo me confundiram um pouco. Era um misto de curiosidade com fascínio — estupidamente interessante.— Acho que você arrumou um fã — Lucca cochichou no meu ouvido.— Como? — sussurrei temendo que alguém o ouvisse.— Você viu como ele estava te olhando?— Quem?— O executivo bonitão.— Não… eu…— Chegamos — falou Renan, aliviado.A turma passou por mim, apressados, intrépidos, ao passo que minha mente abusada processava aquele rosto — intenso, atraente e sinuoso. Havia alguma coisa incomum ali, não sei explicar, ou compreender, só sei que aquele cara acordou algo adormecido em mim. Não levamos nenhuma bronca, pelo contrário, o supervisor Maico foi até compreensivo com o fato de o elevador ter dado pau.No segundo período as horas passaram rápido, o treinamento fluiu com uma preciosa lição: raciocínio rápido. Eles eram exigentes com cada detalhe
Vinte dias depois…— Aurora, acorda! — esbravejou minha mãe, enquanto invadia meu quarto. — Bora, o dia está sorrindo.— Ah… — Bocejei. — Apaga essa luz, mãe, enlouqueceu?— Aurora, acorda, temos que aproveitar o sábado!— Não, senhora, o sábado foi feito pra dormir — murmurei me embalando embaixo do edredom. — Adeus!Não esquece de apagar a luz.— Anda, menina.Toc toc toc, seu sapato começou a sapatear todo o piso, endoidando meus tímpanos, adeus soninho.Argh!Soltei uma lufada de ar e cobri minha cabeça com o travesseiro, na tentativa de ignorá-la. Estava exausta e minha mãe sabia disso, então por que diabos ela estava me atormentando? Nunca estudei tanto na vida, os vinte dias de treinamento foram intensos e só ressaltaram o título de número um do mundo. Passei a admirar ainda mais a universidade que preza pelo crescimento profissional dos seus colaboradores. O sistema deles era único e exclusivo, desenvolvido na Califórnia, sede de Berkeley. E sim!!! Eu teria um MacBook à minha d