As feiticeiras de Gaia
As feiticeiras de Gaia
Por: Lucas Teixeira
Morelo

Eu fui acordado pelo som de uma marchinha.

Eram 13h, provavelmente devo ter dormido demais. Esse foi o resultado de ficar assistindo série até mais tarde, mas não havia importância, até porque eu não tinha nada pra fazer hoje, assim como nos dias anteriores...

Me levantei da cama e fui até a janela de meu apartamento para ver a razão da marchinha. Geralmente a visão da Cidade Capital era de prédios que não acabavam mais, pessoas andando pra lá e pra cá e carros, muitos carros. Só que essa visão repetitiva deu lugar a uma muito mais alegre: dava para ver pequenos carros alegóricos, pessoas caminhando enquanto balançavam a bandeira de Liandria e uma bandinha tocando bateria ou soprando trompetes. Era uma festa e tanto.

Nesse momento eu me lembrei, hoje era o aniversário da morte da última feiticeira. Liandria foi o país que as erradicaram do mundo e eles comemoravam muito esse fato, tanto que a data acabou se tornando feriado nacional. Eu achava meio de mal gosto fazer feriados e paradas pra celebrar a morte de alguém, mas as pessoas pareciam não ver problema nisso, já que estavam lá fora celebrando. Já ouvi inúmeras histórias sobre as feiticeiras, como elas faziam mal pro mundo, como as pessoas viviam com medo e como Liandria fez história em acabar com elas. Podia até ser, mas ninguém nunca tentou parar pra procurar os motivos delas terem sido as vilãs? Quer dizer, ninguém ficava mau por nada, mesmo com poderes, e também nós humanos não éramos flor que se cheirasse. 

Minha barriga já estava roncando, então me vesti, saí do quarto e fui na direção da cozinha. Lá tive uma surpresa ruim, já que a minha geladeira estava totalmente vazia. Eu estava começando a achar que não estava muito acostumado a morar sozinho. Tive que sair para ir ao mercado comprar algumas coisas.

Assim que coloquei os pés pra fora do prédio, vi um carro alegórico razoavelmente grande com uma mulher de uns 5 metros ajoelhada rendida perante a três soldados de tamanho igual. No topo do carro havia uma placa escrita: ‘'Carro homenageando a vitória da raça humana contra um poder maligno. Feliz 54º aniversário de morte da feiticeira.” Que coisa horrorosa, pensei. A parada seguia em direção à rua principal, já eu, sai de perto de toda aquela confusão ao cruzar a esquina e virar na rua do mercado.

A rua em si estava praticamente vazia, mas por sorte, haviam lanchonetes, mercados e lojas de conveniência abertas. E foi justamente de uma loja de conveniência que eu vi um menino sair correndo com um pacote de biscoito em uma das mãos. Logo em seguida, alguém que parecia ser o dono do lugar saiu lá de dentro furioso. Na mesma hora eu entendi o que ele havia acontecido, o dono da loja acabara de ser roubado.

 - Ladrão!- Ele gritou, mas não tinha muita gente além de mim pra ouvir, muito menos algum policial.

Talvez tivesse algo que eu pudesse fazer, pensei. Não hesitei e corri atrás do moleque. Não foi nem um pouco difícil alcança-lo, segurei-o pelo braço para que não fugisse mais.

 - Me solta! - Ele disse enquanto fazia força para tentar se soltar de mim.

 - Relaxa. Eu não quero te fazer nenhum mal.

 - Então me deixa ir.

 - Você roubou esse pacote de biscoito, não foi?

 - Isso não é da sua conta, tio!

Tio não! Pensei. Odiava que me chamassem por algum apelido de gente velha.

 - Devolve.

 - Eu não!

 - Anda, você sabe que não vai conseguir se livrar de mim.

Bravo, ele me entregou o pacote que roubara.

 - Satisfeito?

 - Sim. Agora toma.

Com minha mão livre, tirei uma nota de 50 drakers, moeda oficial de Liandria, do bolso e entreguei na mão do menino. Ele olhou para mim incrédulo.

 - Moço?

 - É difícil, não é? Viver nessas ruas.

Sua expressão ficou triste.

 - É sim... Eu roubei isso para dar para minha família.

 - Bom, com esse dinheiro da pra comprar comida de verdade pra você e pra eles.

 - Por que tá me ajudando? Você nem me conhece.

 - Não conheço, mas desse jeito ninguém sai no prejuízo. Você precisava comer e os donos das lojas precisam vender, então isso meio que ajuda os dois. Agora você pode ir.

Eu soltei o braço do menino.

 - Você é estranho, tio... Mas valeu.

Após dizer isso, ele saiu correndo. Depois de tudo que eu havia feito, recebi um "Você é estranho"?  Além disso, ele me chamou de tio de novo.

Voltei para a loja de conveniência, onde o dono estava na porta esperando o resultado da minha perseguição.

 - Onde ele está?

 - Ele fugiu, mas aqui está.

Eu entreguei o pacote de biscoito para o dono da lojinha, ele pegou bravamente da minha mão.

 - Eu irei chamar a polícia pra esse pivete pagar pelo que fez!

 - Ah, qual é? Tenho certeza que ele precisava disso pra comer. E você já tem de volta, deixa pra lá.

 - Com todo respeito, isso não é da sua conta. Além do mais, eu não ligo pra só um pacote de biscoito idiota, esse moleque é um bandido e tem que pagar.

Após dizer isso, o dono voltou para sua lojinha. Ele nem se deu o trabalho de agradecer...Eu suspirei, as pessoas daqui conseguiam ser bem mesquinhas as vezes.

Continuei andando pela rua até chegar ao mercado.

Nota mental: nunca subestimar uma fila de supermercado, mesmo em feriados, ainda mais quando você mora na maior cidade do planeta. O lugar estava absurdamente cheio e tive que passar um tempão na fila.

Após sair daquele inferno, resolvi parar pra comer, afinal ainda estava de barriga vazia e estava muito tarde para fazer algo. Passei no meu lugar favorito: "Bolos e doces de Amanda Hamann”.

 - Olha só quem veio de novo.- Disse Amanda ao me ver. Ela era uma mulher com seus quarenta e tantos anos, era meio grandalhona e sempre vivia com seu cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo, além de ter diversas tatuagens pelo corpo. Eu gostava especialmente de uma de dragão super maneira que tinha em seu braço esquerdo.

 - Foi mal, é que eu não consigo resistir aos seus doces.

 - Não precisa se desculpar, você tá me dando dinheiro. Só cuidado pra não engordar.

Dou uma checada em mim mesmo.

 - Nah, por enquanto eu tô de boa.

 - Como está indo a busca pelo emprego?

 - Acho que finalmente está indo bem, consegui uma entrevista pra amanhã.

 - Mesmo? Boa sorte.

 - Se por acaso não der certo, você não tá contratando, né?

 - Não, a menos que você aceite ser pago com doces.

 - Eu adoraria, mas acho que teria um pequeno probleminha para pagar as contas.

 - Relaxa, você é inteligente. Tenho certeza que vai se dar bem amanhã.

 - É... Se bem que eu não fico muito animado com a ideia de trabalhar sentado em uma cadeira e ligando para os outros o dia inteiro.

 - Infelizmente não é qualquer um que pode trabalhar com o que gosta.

 - É... Você conseguiu pelo menos.

 - Ah é. Nossa, eu tô vivendo o sonho aqui...

 - Ei! Você tem a mim, certo?

 - É, agora você só precisa se multiplicar por dez que eu começo a lucrar.

 - Eu não posso fazer isso, mas posso contribuir comprando de você.

 - Então diz aí, o que você vai querer?

 - Acho que hoje tô afim de um bolo de chocolate, pode traze-lo com um copo de café?

 - Claro, chefia. Você que manda.

Me sentei para esperar enquanto Amanda foi na cozinha. Minutos depois ela voltou com o meu pedido.

O bolo estava tão gostoso quanto seus outros doces costumavam ser. Ela era muito boa nisso. 

Eu descobri esse lugar porque ficava no quarteirão do meu apartamento, e como eu era um cara que não gostava muito de se deslocar em grandes distâncias, resolvi dar uma chance e não me arrependi.

Eu só não conseguia entender o por quê desse lugar sempre ter tão pouca gente. Devia ser pelo fato de Amanda ser uma ex-presidiária e pelo o que o pessoal da rua dizia, ela ainda tinha a aparência de uma marginal. Eu não podia discordar mais disso, mas as pessoas desse bairro eram meio elitistas e torciam o nariz pra tudo que fosse diferente.

Enquanto comia, eu comecei a prestar atenção na televisão que estava ligada. Era uma televisãozinha antiga presa na parede, nela estava passando o jornal e nele, uma mulher loira, de olhos azuis e vestido executivo roxo estava sendo entrevistada. Aquela era nada mais nada menos que a presidente Frings.

Provavelmente ninguém que estava vendo essa entrevista sabia, mas do lado dela estava o líder dos CISS. Ele era alto, de cabelo comprido e estava usando óculos escuros, que impossibilitava ver a cor dos seus olhos. Aliás, nunca o vi sem esses óculos. Além disso, ele estava vestindo um terno preto de grife, característica de qualquer membro da CISS. Ele estava se disfarçando de assessor de imprensa, isso devia significar que a presidente estava preocupada com a sua própria vida. Os CISS eram abreviação para Célula de Inteligência e Serviço Secreto de Liandria. Como o nome dizia, eram especialistas em espionagem, coleta de informação e até mesmo assassinato.

A presidente se aproximou do microfone.

"Bom dia, meus queridos compatriotas. Gostaria primeiramente de desejar um feliz dia da feiticeira pra todos, comemorem com moderação. Segundamente gostaria de dizer que é uma honra governar para vocês, obrigada pelo voto de confiança para me escolher por mais quatro anos. Como vocês sabem, as tensões em nosso continente têm crescido ultimamente, chegando ao seu pico com a ocupação das nossas tropas à nação de Elicia. Sei que circulam boatos de que eles planejam iniciar uma revolta. Não só lá, mas também em Luniantes, nação que temos sob nosso controle há vinte anos. Por isso venho aqui publicamente desmentir. Vocês podem sossegar, não há com o que se preocupar. Nós defenderemos nosso povo."

Eu não estava muito afim de continuar ouvindo, até porque ela não era uma pessoa de quem eu gostava muito, vamos dizer assim.

Me levantei, paguei pela torta e fui em direção à saída.

 - Volte sempre. - Amanda disse, percebendo que eu já estava indo.

Voltei para a minha rua, a parada que se dirigia até a principal, não estava mais por perto. A única coisa que restava era silêncio e desertidão. Isso também era uma coisa rara a essa hora. Geralmente essa rua ficava cheia de gente indo e vindo de seus trabalhos e o barulho de trânsito era horrível. Imagino que essa seja a mágica de um feriado, mas admito que gostava mais da outra maneira, assim era... estranho. Nem metade das pessoas que moravam nesse quarteirão estavam na parada, isso queria dizer que maioria estava trancada em casa sem querer papo com o resto do mundo. Isso era de se esperar de um liandrino, eles não costumavam nem dar bom dia espontaneamente, quem dirá sair pra festejar com gente desconhecida.

Voltei pra meu apartamento com as compras na mão pronto para cozinhar, mas no fim das contas acabei ficando com preguiça e pedi uma entrega de comida em domicílio. Depois quando deu mais tarde, coloquei uma série para assistir até cair no sono. Esse era o fim de mais um dia monótono...

Meu despertador tocou 9h30 da manhã. Hoje eu tinha que acordar cedo, afinal tinha uma entrevista de emprego marcada para 12h. Isso era um grande alívio para mim porque desde que havia me mudado para cá, minha fonte de renda era nula. Estava conseguindo sobreviver graças a umas economias que guardei do meu antigo trabalho, o problema era que eu já estava morando aqui faziam três meses e meu dinheiro estava acabando. Desde o primeiro dia aqui tentei arrumar algo, me cadastrei em sites de empregos, entreguei currículos por aí, mas nada havia dado certo, a verdade era que procurar emprego sem experiência na área era uma droga. Por sorte, havia conseguido essa entrevista em uma empresa de televendas e que não exigia experiência! Então eu não podia estragar tudo.

Eu não tinha muitas roupas, então apenas usei uma básica combinação de camiseta social e uma calça jeans. Não era nada sofisticado, mas também não demonstrava desinteresse, pelo menos era o que eu achava. Eu havia deixado meu cabelo crescer nesses três meses, tanto que chegava nos meu ombros, resolvi prendê-los em um coque samurai. Saí de casa 10h30. Isso era beeem cedo, mas diziam que chegar antes do horário dava uma boa impressão.

Depois que saí de casa, dobrei a esquina e entrei na mesma rua de ontem. Tanto a minha rua quanto essa, voltaram a estar com aquela grande movimentação característica.

Uma coisa estava me incomodando: desde que saí de casa estive com a sensação de estar sendo observado.

Assim que eu atravessei a rua e virei na próxima, me encontrei com um rosto familiar. Era aquele garoto de ontem. Ele parecia estar me esperando, porque assim que passei, ele correu pra minha frente e ficou me encarando. Agora que estava parado pude ver a sua aparência com clareza. Ele parecia ter uns oito anos de idade, tinha pele morena e olhos castanhos. Seus cabelos escuros estavam sob um boné.

 - Posso ajudar?- Perguntei.

 - Você vem comigo.

Eu estava com tempo e não imaginava que esse garotinho pudesse me fazer mal, então o segui. Ele virou uma esquina, depois outra e então outra...

Chegamos até uma parte mais pobre da capital, parte essa que eu nunca havia visitado antes. Os prédios aqui eram velhos e mal cuidados, as ruas eram sujas e com buracos. Além disso, praticamente qualquer parede de qualquer canto tinha pelo menos uma pichação, mas devia admitir que essa última parte eu achava legal. Andamos até chegar a um grande muro que fechava a rua. E quando eu disse grande, era grande mesmo, já que devia ter uns vinte metros de altura e com certeza mais de cem de comprimento. Essa medida não dava pra saber muito bem, já que não dava pra ver onde o muro terminava. Ele tinha um buraco na sua parte inferior, buraco esse que algumas pessoas usavam para entrar ou sair de fosse lá o que tivesse do outro lado. Na parte superior do muro estava pichado "bem vindo ao inferno", o que não parecia ser muito receptivo.

 - É pra entrar aí?- Perguntei.

 - É.

 - Qual é do muro tão grande?

 - O prefeito daqui achava que pobreza tornava a cidade menos agradável para os turistas, então ao invés de tentar acabar com ela, ele simplesmente resolveu construir um muro em volta. Isso evita que as pessoas tenham contato visual com as favelas.

Eu morava aqui e não fazia idéia da existência de um lugar assim.

 - Isso é... triste.

O garoto entrou no buraco e eu fui logo atrás.

Era uma área residencial, mas só de bater o olho dava pra ver que o menino dizia a verdade. Era como se o prefeito não desse atenção para esse lugar há séculos. Tinha entulho por toda parte, muitas casas eram construções velhas e acabadas ou barracos feitos de madeira. Não existia harmonia nas construções das casas, com algumas sendo feitas por cima de outras.

Chegamos até um parque de diversões. Maioria dos brinquedos estavam quebrados, velhos ou enferrujados. Com certeza não era seguro para crianças brincarem aqui. O lugar no momento estava vazio.

Depois de andar mais alguns passos até o meio do parque o menino parou.

 - Você sabe por que eu te trouxe aqui?- Ele perguntou de costas viradas para mim.

De repente eu estava sendo cercado por outras cinco crianças, cada uma havia saído de dentro de algum entulho ou de dentro de um brinquedo. Ótimo, pensei. Ele me trouxe até aqui pra me roubar.

O menino então se virou pra mim e disse:

 - Eu te trouxe aqui pra te agradecer.

De repente as crianças se juntaram em mim, me abraçando, o que foi... surpreendente?

 - Errr... Não foi nada demais.- Eu disse sem jeito.

 - Na verdade, foi. As pessoas dessa cidade são um pouco cruéis, elas costumam ignorar quem precisa de ajuda. Todos precisam comer, sabia?

 - Talvez seja porque eu não sou daqui. No lugar onde eu cresci, as pessoas têm um forte senso de comunidade.

 - E onde você cresceu?

 - Numa cidade chamada Cleyra, lá em Luniantes.

 - Não faço ideia de onde fica.

 - Não tem importância. Bom, se era só isso que você queria, eu vou indo.

 - Brinca com a gente!- Disse uma das crianças que entrou na minha frente enquanto mostrava uma bola pra mim.

Olhei no relógio do meu celular e vi que ainda tinha tempo sobrando, então por que não? Pensei.

Joguei futebol com as crianças por um tempo e sinceramente, foi bem divertido. Não pensava que iria me divertir assim hoje.

Era cansativo correr no mesmo pique de crianças, então depois do jogo me sentei na calçada para descansar. Alguns instantes depois o irmão delas veio com dois refrigerantes nas mãos.

 - Trouxe pra você.- Disse o menino enquanto me dava um deles.

 - Não precisa, melhor guardar pra vocês.

 - Eu faço questão. É o mínimo que a gente pode fazer, afinal a gente comprou isso com o seu dinheiro.

Eu acabei aceitando, afinal estava com muita sede.

 - Onde estão seus pais?

Sua expressão ficou um pouco triste.

 - Meu pai eu nunca vi na vida... E minha mãe, a pessoa que sustenta eu e meus irmãos sozinha, está doente e não pode trabalhar. Ela costuma trabalhar como empregada doméstica, mas no momento não está em condições

 - E como vocês vão se virar agora?

 - Bom, eu comprei uma caixa inteira desses refrigerantes que eu te dei e vou vender por aí. É melhor do que roubar, não é?

Eu não gostava disso, criança ter que trabalhar era algo desumano e triste, mas ele estava certo, era melhor que roubar. Ontem ele deu sorte, se tivesse sido pego por alguma outra pessoa poderia ter sido preso e separado de sua família.

Olhei para o relógio. Eu teria que ir agora para não chegar atrasado na entrevista.

 - Olha, eu tenho que ir. Por que não me dá outro refrigerante como despedida?

 - Foi mal, mas dessa vez vai ser pago.

 - Por mim tudo bem.

O menino saiu correndo em direção a uns dos barracos e rapidamente voltou com mais um refrigerante em suas mãos, me entregando.

 - Obrigado.- Eu disse enquanto pagava o menino.

Ele olhou com confusão para a nota de cinquenta que acabara de receber, uma cena que acabou se repetindo.

 - Você sabe que um refrigerante não vale isso tudo né, seu esquisito?

 - É claro que eu sei né, moleque? Pense nisso como uma maneira de impulsionar seu pequeno negócio.

 - Pô, valeu tio. Você é muito maneiro.

 - É Morelo, por favor. Corta essa de tio. E aliás, eu tenho que parar de encontrar com você. Sempre que nos vemos eu fico um pouco mais pobre.

 - Eu não peço nada, você que acaba sempre sendo coração mole e dando o dinheiro. Aliás, meu nome é Marco.

 - Prazer, Marco. Outro dia eu volto aqui pra gente conversar.

Com Marco e seus irmão acenando em despedida eu passei por debaixo do buraco da parede e fui embora.

Uma coisa era estranha, mesmo depois de me despedir daquele garoto, ainda tinha a sensação de estar sendo observado.

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