Naquele dia, depois de escapar dos braços de Benjamin, Samara passou a noite toda sem dormir quando voltou para casa.
Ela não estava sem ferimentos, pois descobriu que havia arranhado o cotovelo e a pele estava coberta de pus, causando uma sensação ardente e dolorosa que quase a fez chorar.
Como havia saído furtivamente, ela não ousou contar a ninguém e tratou superficialmente o ferimento com os itens da caixa de primeiros socorros. Abraçando seu ursinho de pelúcia com tristeza, ela se enfiou debaixo das cobertas, mas passou a noite em claro.
Em meio ao torpor, ela se lembrou de muitas coisas:
Lembrou-se de ter sido forçada a almoçar em um banheiro sujo.
Lembrou-se de ser levantada pelos garotos a mando de Dalila e jogada de cabeça para baixo em uma lixeira.
Lembrou-se do rato morto em sua mochila.
Lembrou-se de Dalila rasgando em pedaços o livro que ela amava e jogando os fragmentos em todos os lugares.
Lembrou-se do piano na sala de música... era o pesadelo que nunca desapareceria de