Bernardo estreitou os olhos, o olhar profundo e enigmático como um abismo.
— Não me diga que você veio até aqui... Me procurar.
Os dedos de Bruna passearam, provocantes, sobre o peito firme do homem, desenhando círculos preguiçosos.
— Senhor, você deveria acreditar que nosso encontro anterior foi obra do destino.
Bernardo arqueou uma sobrancelha.
— Oh, destino. Que conveniente.
— Da última vez, obrigada por me ajudar. — A voz de Bruna deslizava como mel, enquanto suas mãos delicadas envolviam a gravata preta dele. Seu corpo macio encostou-se ao dele, e seus olhos brilhavam com umidade sedutora. — Eu sempre esperei ter a chance de te encontrar de novo... E de poder te recompensar.
O olhar de Bernardo se aprofundou, como se quisesse sondar cada camada de suas palavras. Algo em sua expressão a fazia perder o controle do próprio coração, mas ela se obrigou a manter a compostura.
Os olhos dele eram como sensores de mentira, afiados e implacáveis. Ainda assim, algo no tom dela parecia...