Clarice Martins
— Antes que a senhorita pergunte, eu tenho porte de arma. — sua voz soou.
— Isso é bom… Acho que resolvemos aqui. — digo com naturalidade, apesar de ter certeza de que os dois malfeitores teriam problemas para chegar em casa.
— Espera um pouco! — Me virei para o grandão ao meu lado.
Quase prendi o ar com o impacto de sua presença:
"Reaja, mulher. É só um homem!"
Homem este que mexia com cada parte do meu ser, sem explicação ou motivo.
Uma leve brisa passou por nós, trazendo o mesmo aroma inebriante que me confundia os sentidos.
"Onde senti isso mesmo?"
Pinho e uva.
— Sabe quem eu sou? — perguntei depois de minutos.
O loiro deixou a sombra de um sorriso surgir em seu belo rosto. Somente assim percebi que seus olhos não saíam de mim, da franja, dos olhos, da pele e da boca. Ele fazia uma varredura em mim, mas sem ser indiscreto, pois não desceu para meu corpo.
— A vi na delegacia mais cedo.
Quase acertei minha testa de tanta burrice. Mas, imediatamente, me v