Capítulo 15

Clarice Martins

— Antes que a senhorita pergunte, eu tenho porte de arma. — sua voz soou.

— Isso é bom… Acho que resolvemos aqui. — digo com naturalidade, apesar de ter certeza de que os dois malfeitores teriam problemas para chegar em casa.

— Espera um pouco! — Me virei para o grandão ao meu lado.

Quase prendi o ar com o impacto de sua presença:

"Reaja, mulher. É só um homem!"

Homem este que mexia com cada parte do meu ser, sem explicação ou motivo.

Uma leve brisa passou por nós, trazendo o mesmo aroma inebriante que me confundia os sentidos.

"Onde senti isso mesmo?"

Pinho e uva.

— Sabe quem eu sou? — perguntei depois de minutos.

O loiro deixou a sombra de um sorriso surgir em seu belo rosto. Somente assim percebi que seus olhos não saíam de mim, da franja, dos olhos, da pele e da boca. Ele fazia uma varredura em mim, mas sem ser indiscreto, pois não desceu para meu corpo.

— A vi na delegacia mais cedo.

Quase acertei minha testa de tanta burrice. Mas, imediatamente, me v
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