Capítulo 165
Mariana Bazzi
Acordei com a luz suave do sol invadindo o quarto por entre as cortinas de linho branco. A brisa morna entrava devagar pela varanda aberta, trazendo o cheiro doce de areia quente e maresia distante. Demorei alguns segundos para lembrar de onde estava. Não porque o lugar era estranho… mas pela paz que transmitia. Ezequiel dormia ao meu lado, o braço pesado em volta da minha cintura, o peito nu subindo e descendo em um ritmo calmo que contrastava com o homem que, ontem à noite, prometeu me afundar na banheira — e cumpriu com louvor.
Sorri. Deitei de novo a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas compassadas do coração dele, e deixei os dedos passearem pela cicatriz que cruzava sua costela. Cada marca naquele corpo contava uma história. Algumas de violência. Outras de resistência. Mas as minhas favoritas… eram as que eu tinha deixado.
— Vai ficar me acordando com carinho ou vai continuar me provocando com esses dedos? — a voz dele veio grave, rouca de sono,