Capítulo 136
Mariana Bazzi
O som dos golpes contra o saco de pancadas ainda ecoava na minha cabeça, mesmo depois de horas de treino, meu corpo doía — mas uma dor boa, de quem se superou. Cada chute, cada desvio, cada queda no tatame era um lembrete: eu não era mais a mesma Mariana que Ezequiel encontrou meses atrás.
Sara me corrigia com precisão, como uma treinadora paciente e exigente. Samira observava com aquele olhar clínico de quem enxerga mais do que diz. Minha mãe, Safira, surpreendeu até a mim: foi firme nos exercícios básicos e resistiu bem às quedas. Entre uma luta e outra, até rimos. Ela ainda cai facilmente, não tem força suficiente nas pernas.
— Está se tornando uma guerreira de verdade — comentou Samira, ao me ver repetir um movimento de defesa com mais firmeza.
Foi quando minha mãe ajeitou os cabelos presos num coque improvisado e me olhou com um sorriso diferente, aquele meio cúmplice, meio travesso que só ela tem.
— Agora chega, né? Já treinou como uma general. — Ela