Brava

Capítulo 152

Mariana Bazzi

Estávamos no meio da arrumação da mesa — frutas frescas, croissants que a Luciana tinha deixado mais cedo, copos de suco e canecas fumegantes de café — quando notei uma presença passar ligeiramente pelo canto do olho.

Era Sara.

Ela cruzou o corredor com passos apressados, a expressão tão fechada quanto uma porta trancada por dentro. Os olhos varreram a sala por um segundo antes de seguir em frente, como se estivéssemos invisíveis.

Sofia, que até então equilibrava uma bandeja com guardanapos coloridos, franziu o cenho e soltou a pergunta em voz alta, do jeito mais espontâneo que só uma criança poderia fazer:

— Mamãe! Por que ela é tão brava? O que será que comeu e não gostou?

A vozinha ecoou pelo ambiente e Sara congelou no mesmo instante, no meio do caminho.

— Sofia! Não fale tudo que vem na cabeça. A gente já conversou sobre isso — Malu corrigiu.

— Mas mamãe, a vovó vive falando que o vovô Hélio tem cara feia porque comeu e não g
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