Capítulo 160
Ezequiel Costa Júnior
A noite de núpcias
O vento do deserto soprava quente, mas com uma tranquilidade que parecia só existir ali. As dunas ao longe eram banhadas por uma luz dourada, como se o próprio sol se curvasse àquela noite. Estávamos a menos de duas horas de casa, mas parecia outro mundo — uma bolha secreta que preparei só para ela. Um presente silencioso depois de tudo.
O lugar era simples e luxuoso ao mesmo tempo. Uma construção de pedra clara, embutida nas encostas, com janelas largas que davam vista para o mar de areia e céu estrelado. As tochas acesas ao redor balançavam com o vento, projetando sombras suaves nas paredes. No centro do terraço, uma banheira escavada na rocha borbulhava com água quente e aromas de jasmim. Velas acesas formavam um caminho suave até lá.
Mariana tirou os sapatos assim que descemos do jipe e pisou descalça na pedra morna.
— Onde você me trouxe? — ela perguntou, com aquele olhar desconfiado e curioso que eu adorava